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UMinho | 2013
e Caracterização da Fiabilidade de um equipamento de teste
Samuel Damas Teixeira Estudo
da qualidade final do funcionamento dos botões dos Auto-Rádios.
Universidade do Minho
Escola de Engenharia
Samuel Damas Teixeira
Estudo e Caracterização da Fiabilidade de
um equipamento de teste da qualidade final
do funcionamento dos botões dos Auto-Rádios.
dezembro de 2013
Universidade do Minho
Escola de Engenharia
Samuel Damas Teixeira
Estudo e Caracterização da Fiabilidade de
um equipamento de teste da qualidade final
do funcionamento dos botões dos Auto-Rádios.
Tese de Mestrado
Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao
Grau de Mestre em Engenharia Mecânica
Trabalho efetuado sob a orientação do
Professor Doutor José Mendes Machado
dezembro de 2013
Mestrado Engenharia Mecânica
“No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, e à dedicação, não existe meio
termo. Ou se faz uma coisa bem feita ou não se faz”
Ayrton Senna
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Mestrado Engenharia Mecânica
RESUMO
A implementação de dispositivos automatizados na Indústria para a montagem de componentes é
um objetivo que as empresas devem ter em conta para serem competitivas no mercado global, isto
porque estes dispositivos conseguem produzir mais unidades por tempo e com elevados padrões de
qualidade.
Foi com esta necessidade que a Fehst Components procurou junto do Departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade do Minho um aluno que efetuasse inicialmente um estudo sobre
um equipamento já existente, que estava devidamente automatizado apenas para efetuar o teste de
teclas de um auto-rádio, embora a inserção das teclas fosse efetuada manualmente por um operador.
O objetivo enquanto Dissertação de Mestrado é otimizar o equipamento inicial de teste de teclas e
efetuar um estudo/projeto mecânico acerca da implementação de métodos automatizados para a
inserção automatizada das teclas num determinado auto-rádio. De referir que o principal objetivo é ter
através deste trabalho uma solução do tipo chave na mão, que permita no futuro aplicar a solução
desenvolvida num produto a ser fabricado e montado na empresa.
Desta forma, o projeto mecânico foi desenvolvido apenas concetualmente sem ser feito o projeto
para o fabrico do mesmo, recorrendo ao SolidWorks para efetuar a modelação tridimensional. Foi ainda
utilizado o Automation Studio para a criação dos SFC para validar a sequência de trabalho definida no
projeto mecânico, e posteriormente o TIA Portal da Siemens para a programação do PLC utilizando a
linguagem Ladder.
Palavras-chave: Projeto Mecânico, Festo Positioning Drives, Automação, Automation Studio, SFC,
Siemens, Ladder, TIA Portal.
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ABSTRACT
The implementation of automated devices in Industry for the components assembly is a vital target
that companies should take into account to be competitive in global market, this is because these
devices can produce more units per time with standard high quality.
It was this need that Fehst Components sought from Mechanical Engineering Department of
Universidade do Minho a student who initially makes a research on existent equipment, which was only
fully automated to make keys test on blenda, although inserting keys to be manually performed by an
operator.
The aim would be optimize at maximum the original test keys equipment and make a study/
mechanical design about implemention of automated methods for insertion automated in some kind of
blenda. Note that main target is to have through this work a turnkey solution, allowing in the future
apply the solution developed a product to be manufactured and assembled in the company.
Thus, the mechanical design was developed without being made only conceptually design for
manufacture, using SolidWorks to perform threedimensional modeling. It was even used Automation
Studio to create SFC to validate the work sequence in mechanical design, and later TIA Portal for PLC
programming using Ladder language.
Keywords: Mechanical Design, Festo Positioning Drives, Automation, Automation Studio, SFC,
Siemens, Ladder, TIA Portal.
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AGRADECIMENTOS
Ao longo do meu trabalho, foram alguns os que contribuíram com a sua ajuda e motivação, sem
os quais o presente trabalho não teria sido possível.
A realização desta Dissertação de Mestrado contou com a orientação do Professor Doutor José
Machado e com a Coorientação do Engenheiro Normando Freitas da Fehst Components, que com a
sua dedicação, disponibilidade, experiência, sugestões e críticas me ajudaram a realizar esta
Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica, que certamente enriqueceu o meu futuro
profissional e pessoal da minha vida académica e científica.
Quero também deixar uma palavra de apreço a algumas pessoas que se cruzaram comigo ao
longo da realização da Dissertação, que pelas mais variadas razões contribuíram e ajudaram com
conselhos e críticas, tais como o Eng. Guillaume Barros, ao Marcelo e ao Sr. Dias, todos eles da Fehst.
Quero agradecer também a algumas pessoas da Siroco Precision que me derem conselhos bastante
uteis relativamente ao trabalho realizado a nível da Automação, tais como o Pedro Maia, Daniel Teixeira
e João Raposo.
Quero agradecer também aos meus PAIS, e à minha IRMÃ pelo enorme esforço que tiveram de
fazer para me darem uma ferramenta de trabalho que é tornar-me Engenheiro Mecânico, mas também
aos meus AMIGOS (Luís, Cassiano e Leonel) pelo apoio dado e espírito de camaradagem ao longo
destes cinco anos.
A Todos o Meu Muito Obrigado.
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ÍNDICE
1.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
1.1.MOTIVAÇÃO .......................................................................................................................... 3
1.2.A EMPRESA .......................................................................................................................... 4
1.3.OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO .............................................................................................. 4
1.4.ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ......................................................................................... 5
2.
FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO ATUAL DE TESTE DE TECLAS ............................................. 7
2.1.CICLO DE TRABALHO DO DISPOSITIVO ATUAL ................................................................... 10
2.2.ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 2 ........................................................................... 12
3.
PROJETO MECÂNICO ................................................................................................................ 13
3.1.ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 3 ........................................................................... 17
4.
ASPETOS TEÓRICOS PARA O PROJETO DE AUTOMAÇÃO .......................................................... 19
4.1.ASPETOS TEÓRICOS DO SFC .............................................................................................. 21
4.2.SFC (IEC 60848) ................................................................................................................ 21
4.3.DiAGRAMAS DE LADDER ..................................................................................................... 23
4.4.ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 4 ........................................................................... 26
5.
PROJETO CONCEPTUAL DESENVOLVIDO .................................................................................. 27
5.1.INSERÇÃO DE TECLAS ........................................................................................................ 30
5.1.1.GARRAS ...................................................................................................................... 30
5.1.2.VENTOSAS .................................................................................................................. 34
5.2.TESTE DE TECLAS .............................................................................................................. 37
5.2.1.ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS SMAC’S ........................................................................... 38
5.2.2.REQUISITOS DO CLIENTE ........................................................................................... 39
5.2.3.PROBLEMAS QUE ORIGINAM A NÃO CONFORMIDADE DE UM PAINEL FRONTAL ........ 41
5.3.ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 5 ........................................................................... 41
6.
PROJETO DETALHADO .............................................................................................................. 43
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6.1.PROJETO DETALHADO PARA A INSERÇÃO DE TECLAS ....................................................... 45
6.1.1.GUIAS LINEARES ........................................................................................................ 45
6.1.2.MOTORES USADOS .................................................................................................... 54
6.1.3.ESFORÇOS EXISTENTES NAS GUIAS LINEARES E MOTORES ...................................... 57
6.1.4.ALTERAÇÕES AO SUPORTE DE TECLAS ...................................................................... 60
6.1.5.CICLO DE TRABALHO DA INSERÇÃO DE TECLAS ........................................................ 62
6.1.6.TEMPO DE CICLO DA INSERÇÃO DE TECLAS .............................................................. 69
6.2.PROJETO DETALHADO PARA O TESTE DE TECLAS ............................................................. 78
6.2.1.MÓDULO DE ROTAÇÃO DO PAINEL FRONTAL ............................................................. 78
6.2.2.DIMENSIONAMENTO DO SERVO MOTOR RESPONSAVEL PELA ROTAÇÃO DO CONJUNTO
79
6.2.3.DIMENSIONAMENTO DO CILINDRO PNEUMÁTICO RESPONSÁVEL PELA ROTAÇÃO DO
FRONT 81
6.2.4.MÓDULO DE TESTE DE TECLAS ................................................................................. 82
6.2.5.CONFORMIDADE DO FRONT ....................................................................................... 86
6.2.6.TEMPO DE CICLO PARA O TESTE DE TECLAS ............................................................. 87
6.3.Tempo total de ciclo ............................................................................................................ 92
6.4.ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 6 ........................................................................... 93
7.
AUTOMAÇÃO DA MÁQUINA ....................................................................................................... 95
7.1.INTERFACE HOMEM-MÁQUINA ........................................................................................... 97
7.2.SEQUÊNCIA DE TRABALHO ................................................................................................ 98
7.2.1.SFC ELABORADOS NO AUTOMATION STUDIO (IEC 61131-3) ...................................... 99
7.2.2.PROCEDIMENTOS DE PARAGEM DA PRODUÇÃO ...................................................... 105
7.2.3.Coordenação dos SFC ............................................................................................... 107
7.3.AUTÓMATO SELECIONADO ............................................................................................... 109
7.4.Programação Ladder......................................................................................................... 110
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8.
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 111
ANEXO A – SIMULAÇÃO DOS SFC [IEC 61131-3] OBTIDOS NO AUTOMATION STUDIO ................... 117
ANEXO B – DIAGRAMAS DE LADDER OBTIDOS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO TIA PORTAL V11 ...... 139
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ÍNDICE DE IMAGENS
Figura 1 - Ilustração gráfica das teclas em bom estado ....................................................................... 9
Figura 2 - Ilustração gráfica das teclas em não conformidade ............................................................ 10
Figura 3 - Ninho para o Suporte de teclas e para o Front ................................................................... 10
Figura 4 - Calcamento do Front......................................................................................................... 11
Figura 5 - Calcamento das Teclas ..................................................................................................... 11
Figura 6 - Localização dos 4 SMAC's para o teste de teclas ............................................................... 12
Figura 11 - Esquema de trabalho para obter a solução de uma necessidade ..................................... 15
Figura 8 - Exemplo de uma sequência segundo o formalismo SFC [30] ............................................. 22
Figura 9 - SFC elaborado no Automation Studio para o Projeto de Automação ................................... 23
Figura 10 - Exemplo SFC .................................................................................................................. 24
Figura 11 - Recetividade após múltiplas etapas de acordo com (3) [23] ............................................. 24
Figura 12 - Etapa de acordo com (4) [23] ......................................................................................... 25
Figura 13 - Dispositivo final desenvolvido no SolidWorks 2013........................................................... 29
Figura 13 - Programa Festo PARTdataManager 2012 ........................................................................ 30
Figura 15 - Vista de topo e frontal da tecla 075 ................................................................................. 31
Figura 16 - Manipulação da tecla 075 com uma Garra ...................................................................... 31
Figura 17 - Inexistência de paralelismo entre faces da tecla............................................................... 32
Figura 18 - Manipulação de teclas com a Garra na horizontal ............................................................ 32
Figura 19 - Suporte de teclas original ................................................................................................ 33
Figura 20 - Alteração ao Suporte de teclas ........................................................................................ 33
Figura 21 - Contacto entre as mandibulas e o Front .......................................................................... 34
Figura 22 - Diversos tipos de ventosas [11] ....................................................................................... 34
Figura 23 - Ventosas Planas redondas [12] ....................................................................................... 35
Figura 23 - Ventosas Ovais [13] ........................................................................................................ 35
Figura 25 - Ventosas com Foles [14] ................................................................................................. 35
Figura 26 - Esquema de forças existentes no processo de succionar peças ....................................... 36
Figura 27 - Desalinhamento das teclas no suporte original ................................................................ 36
Figura 28 - Alinhamento das teclas com o eixo da ventosa ................................................................ 36
Figura 29 - Alterações efetuadas ao suporte de teclas ....................................................................... 37
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Mestrado Engenharia Mecânica
Figura 30 - Atuadores SMAC's........................................................................................................... 37
Figura 31 - Teste ao cinto de segurança ............................................................................................ 38
Figura 32 - Teste de teclas ................................................................................................................ 39
Figura 33 - Injetor de Combustível..................................................................................................... 39
Figura 34 - Painel Frontal na vertical juntamente com os SMAC's ...................................................... 39
Figura 35 - Teste de teclas: 1- Painel Frontal; 2- Servo Motor; 3- Cilindro Pneumático; 4- Guia de
posicionamento dos SMAC's; 5- Garra............................................................................................... 40
Figura 31 - Sistema de eixos convencionado ..................................................................................... 45
Figura 37 - Cilindro Pneumático utilizado para a inserção de teclas ................................................... 46
Figura 38 - Recorte do desenho técnico do painel frontal ................................................................... 46
Figura 39 - Recorte do desenho técnico numa das extremidades ....................................................... 47
Figura 40 – Somatório de Cotas nominais resultantes da Figura 34 entre os centros das teclas ......... 47
Figura 41 - Esquema explicativo para a alteração de tolerâncias ........................................................ 48
Figura 42 - Exemplo de Guia Linear com correia dentada [15] ........................................................... 49
Figura 43 - Exemplo de guia linear movimentada por fuso [16].......................................................... 49
Figura 44 - Ilustração do movimento da Guia linear ........................................................................... 50
Figura 45 - Esquema representativo das distâncias de trabalho da Guia linear ................................... 51
Figura 41 - Cotas e tolerâncias dimensionais das calhas de uma das teclas....................................... 51
Figura 42 - Guia Linear EGC ............................................................................................................. 52
Figura 43 - Guia Linear EGSL ............................................................................................................ 53
Figura 44 - Sistema tridimensional para a Manipulação das teclas..................................................... 53
Figura 45 - Sistema de manipulação das teclas; 1 - Servomotor EMMS-40; 2 - Servomotor EMMS-55. 55
Figura 46 - Encoder Absoluto [18]..................................................................................................... 56
Figura 47 - Encoder Relativo [18] ...................................................................................................... 56
Figura 48 - Introdução do valor da carga e como está a ser aplicada na Guia linear ........................... 58
Figura 49 - Distâncias das cargas aplicadas na guia EGC .................................................................. 58
Figura 50 - Resultados para a Guia linear EGC .................................................................................. 59
Figura 51 - Resultados para a Guia linear EGSL ................................................................................. 60
Figura 52 - Comparação do posicionamento das teclas no suporte e no front .................................... 61
Figura 53 - Nomenclatura usada para a descrição do suporte de teclas; 1 -Conjunto de teclas para três
painéis frontais para o lado esquerdo; 2-Conjunto de teclas para três painéis frontais para o lado direito;
3 -Primeira coluna de teclas para o lado esquerdo; 4 -Segunda coluna de teclas para o lado esquerdo;
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Mestrado Engenharia Mecânica
5 – Terceira coluna de teclas para o lado esquerdo; 6 -Primeira coluna de teclas para o lado direito; 7 Segunda coluna de teclas para o lado direito; 8 -Terceira coluna de teclas para o lado direito ............ 62
Figura 54 - Layout da linha de montagem atual ................................................................................. 62
Figura 55 - Conveyor's usados no Dispositivo desenvolvido; 1- Conveyor para o suporte de teclas; 2-
Conveyor para o front ....................................................................................................................... 63
Figura 56 - Codificação do posicionamento das guias EGSL .............................................................. 64
Figura 57 - Posição 0 das guias EGSL ............................................................................................... 65
Figura 58 - Posicionamento das guias EGSL para o primeiro painel frontal de um total de três ........... 65
Figura 59 - Posicionamento das guias EGSL para o segundo painel frontal de um total de três .......... 65
Figura 60 - Posicionamento das guias EGSL para o terceiro painel frontal de um total de três ............ 66
Figura 61 - Codificação do posicionamento das guias EGC ................................................................ 66
Figura 62 - Posição inicial para as guias EGC .................................................................................... 67
Figura 63 - Posição 1 das Guias EGC ................................................................................................ 67
Figura 64 - Posição 2 das Guias EGC ................................................................................................ 67
Figura 65 - Estágio de teste de teclas ................................................................................................ 68
Figura 66 - Posições das guias EGSL para o primeiro passo .............................................................. 74
Figura 67 - Guias EGC na posição 1 e EGSL na posição 0 ................................................................. 75
Figura 68 - Guias EGC na posição 2 e EGSL na posição 0 ................................................................. 75
Figura 69 - Camera de visão artificial da IFM [22] ............................................................................. 77
Figura 70 - Estágio de teste funcional de teclas; 1- Atuador responsável pelo posicionamento dos
SMAC’s (DFME-LAS); 2- SMAC’s; 3- Cilindro responsável pelo calcamento das teclas; 4- Cilindro
pneumático; 5- Servomotor; 6- Garra ................................................................................................ 78
Figura 71 - Painel Frontal no conveyor na horizontal.......................................................................... 78
Figura 72 - Front na posição de teste de teclas ................................................................................. 79
Figura 73 - Conjunto a rodar pelo Servo Motor .................................................................................. 79
Figura 74 - Dimensionamento e escolha do Servo Motor responsável pela rotação do conjunto .......... 80
Figura 75 - Ábaco de seleção do cilindro pneumático ........................................................................ 81
Figura 76 - Posição crítica para a flexão da haste .............................................................................. 81
Figura 77 - Unidade de calcamento de teclas .................................................................................... 82
Figura 78 - Atuador DFME-LAS .......................................................................................................... 83
Figura 79 - Codificação do posicionamento das guias DFME.............................................................. 84
Figura 80 - SMAC ............................................................................................................................. 84
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Mestrado Engenharia Mecânica
Figura 81 - Posicionamento dos SMAC's em função dos atuadores DFME.......................................... 85
Figura 82 - Codificação do posicionamento dos SMAC....................................................................... 86
Figura 83 - Baliza sinalizadora .......................................................................................................... 86
Figura 84 - Perfil de velocidade/aceleração/posição ......................................................................... 88
Figura 85 - Esforços no EMMS-100-S ................................................................................................ 89
Figura 86 - Botoneira ZB5AC2 [27] ................................................................................................... 97
Figura 87 - Botoneira ZB5AW343 [27] .............................................................................................. 97
Figura 88 - Botoneira XALK178F [27] ............................................................................................... 97
Figura 89 - Esquema de funcionamento da Máquina ......................................................................... 98
Figura 92 - SFC2-F2-START/STOP .................................................................................................. 102
Figura 93 - Excerto do SFC que posiciona os atuadores do Estágio de Inserção de teclas ................. 102
Figura 94 - Excerto do SFC responsável pela preparação dos atuadores do Estágio de teste de teclas
...................................................................................................................................................... 103
Figura 95 - SFC de entrada de peças no interior da Máquina ........................................................... 104
Figura 96 - Excerto do SFC principal com paragem de evolução ...................................................... 107
Figura 97 - Exemplo de coordenação vertical [35] ........................................................................... 108
Figura 98 - Exemplo de coordenação vertical nos SFC desenvolvidos ............................................... 108
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Mestrado Engenharia Mecânica
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Propriedades da Guia linear EGC (Eixo Z)......................................................................... 52
Tabela 2 - Propriedades da Guia linear EGSL (Eixo X) ........................................................................ 53
Tabela 3 - Comparação entre os Motores de passo e os Servomotores [21] ....................................... 55
Tabela 4 - Propriedades dos motores das Guias lineares ................................................................... 56
Tabela 5 - Somatório de cargas na Guia linear EGC ........................................................................... 57
Tabela 6 - Somatório de cargas na Guia linear EGSL ......................................................................... 59
Tabela 7 - Sequência de trabalho das guias lineares EGSL ................................................................ 64
Tabela 8 - Distância entre os set-points e a origem da guia linear EGC............................................... 70
Tabela 9 - Tempos entre pontos de referência ................................................................................... 72
Tabela 10 - Distância entre os set-points e a origem da guia linear EGSL ........................................... 73
Tabela 11 - Resultados de velocidades, acelerações e tempos para as guias EGSL ............................ 73
Tabela 12 - Tempos para a guia EGSL .............................................................................................. 74
Tabela 13 - Tempos para inserir 3 teclas em simultâneo ................................................................... 75
Tabela 14 – Tempos para inserir as últimas teclas ............................................................................ 76
Tabela 15 - Tabela resumo do tempo de ciclo para o estágio de inserção de teclas............................ 76
Tabela 16 - Caracteristicas do Servo Motor EMMS-100 ..................................................................... 80
Tabela 17 - Propriedades do atuador DFME-LAS ............................................................................... 83
Tabela 18 - Posicionamento dos atuadores DFME-LAS ...................................................................... 83
Tabela 19 - Propriedades do SMAC LAL-015-5 .................................................................................. 85
Tabela 20 - Variáveis de funcionamento dos SMAC's ......................................................................... 85
Tabela 21 - Tabela para as codificações / deslocamento para atuadores DFME................................. 90
Tabela 22 - Tempos para os atuadores DFME ................................................................................... 90
Tabela 23 - Distâncias percorridas pelos SMAC's .............................................................................. 91
Tabela 24 - Tempos de atuação para os SMAC's ............................................................................... 91
Tabela 25 - Sequência e tempo total para o Estágio de teste de teclas............................................... 92
Tabela 26 - Propriedades da consola KTP400 Comfort [28] .............................................................. 98
Tabela 27 - Principais Propriedades do S7 400 CPU 412-2 ............................................................. 109
xvi
Mestrado Engenharia Mecânica
LISTA DE ACRÓNIMOS
SMAC – Atuadores lineares eletricos
Front -Painel Frontal
PLC – Controlador Lógico Programavel
Grafcet - Graphe Fonctionnel de Commande, Etapes Transition
IEC - International Eletrotechnical Commission
ADEPA - Agence nationale pour le Developpement de la Production Automatisée
SFC – Sequential Functional Chart
LD – Ladder
xvii
Mestrado Engenharia Mecânica
xviii
Cap.1 Introdução
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo é feita uma análise às principais
prioridades das empresas que necessitam de automatizar os
seus processos seguido das principais motivações e objetivos
que se pretende com este trabalho.
O equipamento desenvolvido será automatizado de
forma a ser possível diminuir o tempo de ciclo.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
1
Cap.1 Introdução
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
2
Cap.1 Introdução
A modernização quer dos processos produtivos quer dos processos de montagem tem sido alvo
de constantes melhorias por parte das empresas. Os objetivos da automatização de um conjunto
específico de máquinas são os seguintes:
 Aumentar a produtividade;
 Diminuir o tempo de ciclo;
 Menor consumo de energia e de matérias-primas;
 Melhorar as condiçoes de segurança para os intervenientes;
 Reduzir o esforço ou a intervenção humana sobre um determinado processo;
É com estas cinco principais razões que as empresas sustentam a necessidade constante de
automatizar os seus processos, recorrendo a conhecimentos de áreas como a Mecânica, Eletrónica e
Mecatrónica de modo a tornar possível o desenvolvimento de um equipamento ou um conjunto com
determinadas características.
Dos cinco principais motivos que levam a automatização de uma unidade de trabalho, os que
mais relevância têm para levar uma empresa a automatizar será sempre para ter uma maior
produtividade e diminuir consequentemente o tempo de ciclo. Com o aumento da produtividade e da
diminuição do tempo de ciclo as empresas conseguem:

Vender os seus produtos a um preço muito mais competitivo face aos seus concorrentes;

No caso de haver mais do que um cliente para um único produto, conseguem vender para
mais clientes;

Conseguir atrair mais clientes devido aos preços serem mais atrativos;

Reduzir encargos com operários.
1.1.
MOTIVAÇÃO
Existem enúmeras empresas em Portugal que trabalham para a Indústria Automóvel, que lidam
diariamente com a exigência e rigor deste tipo de Indústria em que os padrões de qualidade dos
produtos são elevados. Estas empresas são normalmente transformadoras de polimeros, que através
da injeção de polimeros fundidos numa cavidade moldante obtem-se o produto final.
Estes produtos são muitas vezes compostos por geometrias complexas que dificultam
posteriormente a montagem de um determinado conjunto, o que leva a que a montagem seja feita
manualmente fazendo com que o tempo de ciclo seja mais longo e por consequente diminuir a
produção.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
3
Cap.1 Introdução
A motivação para esta dissertação prende-se no facto de querer desenvolver uma solução que seja
capaz de introduzir teclas de forma automatizada num painel frontal, que permita à empresa
posteriormente adaptar esta mesma solução para qualquer produto. Outra das motivações para este
trabalho é melhorar o estágio de teste de qualidade das teclas de um painel frontal.
1.2.
A EMPRESA
A Fehst Componentes [1] é uma empresa que surgiu no ano 1995 situada em Braga, no antigo
complexo da Grundig Components.
As suas principais atividades desde então é a produção de componentes para a industria
automovel, mais concretamente a produção de componentes metálicos com recurso a ferramentas de
corte progressivas e a produção de peças plásticas, como auto-rádios, botões e diversas peças para o
acionamento de comandos num automóvel. A sua principal força produtiva são os produtos
poliméricos, o que faz com que a empresa disponha nas suas instalaçoes de tecnologia de injeção de
bi-material, máquina de pintura à base de água e mais recentemente máquina de pintura com cura por
luz ultra-violeta. A Fehst Components conseguiu ainda atingir entre 2010 e 2012 o prémio de “PME
Excelência”
A nivel de certificação a Fehst Components tem nos seus processos e metodologias a certificação
a empresa possui as seguintes certificações:
 ISO 9002;
 ISO 14001;
 ISO 9001;
 ISO TS 16949.
1.3. OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO
O objetivo da Dissertação é otimizar, melhorar e automatizar o processo de teste de teclas
como ele existe atualmente e efetuar um estudo conceptual para um novo dispositivo que englobe a
inserção automatizada de teclas e o teste funcional das teclas de um painel frontal, de forma a
aumentar os níveis de produção através da redução dos tempos de ciclo e reduzir a intervenção
humana no processo.
Para efetuar estas duas operações num único dispositivo, a máquina será constituida por dois
estágios em que no estágio de inserção automatizada de teclas os principais objetivos serão:
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
4
Cap.1 Introdução
 Automatizar a alimentação de paineis frontais e teclas no dispositivo;
 Automatizar a inserção das teclas no painel frontal;
 Diminuição do tempo de ciclo.
Quanto ao estágio de teste de teclas os principais objetivos para o estudo efetuado na Dissertação
serão:
 Mudar o posicionamento do painel frontal para as teclas serem testadas na posição final de
utilização equivalente à posição num automóvel;
 Os atuadores responsáveis por efetuar o controlo da qualidade do guiamento das teclas,
efetuarem uma carga excentrica em relação ao centro da tecla;
 Diminuir o tempo de ciclo.
1.4.
ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
O presente documento está organizado em vários capítulos compostos por diversos sub capítulos.
No Capítulo 2 é feita uma descrição acerca do funcionamento do dispositivo atual de teste de teclas,
com as suas principais sequências de trabalho.
No Capítulo 3 é descrita a metodologia de Projeto Mecânico utilizada para o desenvolvimento da
Dissertação de Mestrado, enquanto que no Capítulo 4 é feita descrição dos conceitos teóricos que
sustentam as linguagens de programaçao utilizadas.
No Capítulo 5 são efetuadas várias análises às soluções conceptuais para a manipulação das
teclas mas também para o teste de teclas, na qual se uma explicação detalhada acerca dos atuadores
SMAC. No Capítulo 6 é descrito todas as tomadas de decisões acerca da seleção dos principais
atuadores para ambos os estágios. Após a seleção dos atuadores é feita uma descrição da sequência
de trabalho do dispositivo, sendo que no final é feito um cálculo do tempo total do ciclo da máquina.
Por último, no Capítulo 7 é feita uma descrição dos componentes utilizados que permitam uma
interface homem máquina. Posteriormente são apresentadas as linguagens de programação utilizadas
para se efetuar a programação da máquina.
A Dissertação é ainda composta por Anexos (Anexo A e B), sendo que no Anexo A são
apresentados todos os SFC desenvolvidos no Automation Studio. No Anexo B são apresentados os
Diagramas Ladder efetuados no TIA Portal.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
5
Cap.1 Introdução
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
6
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
CAPÍTULO 2
2. FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO ATUAL
DE TESTE DE TECLAS
Neste Capítulo é feita uma descrição do dispositivo que
atualmente existe na Fehst que é responsável por efetuar o
teste de qualidade do guiamento das teclas em todos os
painéis frontais
São enumeradas as etapas de trabalho do Operário até
ser validado o teste funcional das teclas.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
7
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
8
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
O dispositivo atual de teste funcional de teclas necessita obrigatoriamente de intervenção humana
para a inserção das teclas no painel frontal. Depois das teclas terem sido inseridas, o painel frontal
entra dentro do dispositivo e através da atuação dos SMAC’s [2] (Atuadores elétricos capazes de
averiguarem a conformidade das teclas), estes verificam o estado das teclas. O ciclo de funcionamento
da máquina atual tem um tempo de 38 segundos. Enquanto se efetua o teste às teclas, o Operador
para não estar parado, insere teclas num segundo painel frontal, para que no fim do teste de teclas do
primeiro painel frontal haja imediatamente outro painel para testar.
Posto isto, um dos requisitos para o desenvolvimento do projeto conceptual seria que o tempo de
ciclo fosse inferior aos 38 segundos do dispositivo atual.
A automatização do teste de análise das teclas permite assim verificar quais as teclas que não
cumprem com os requisitos estabelecidos que consiste em percorrer uma determinada distância para
uma determinada força, idêntica à que o utilizador do auto rádio irá exercer. No caso de a totalidade
das teclas serem válidas a peça é solta e é apresentado na consola de interface com o Operário as
teclas preenchidas a verde.
Figura 1 - Ilustração gráfica das teclas em bom estado
Caso a peça seja considerada não conforme, a máquina pára neste passo à espera de
confirmação na consola de interface por parte do operador antes de libertar a peça, garantindo que o
operador tem conhecimento que a peça não está em conformidade.
Neste caso a consola apresenta o resultado de quais as teclas que estão dentro e fora dos limites
por intermédio de cores, em que a cor vermelha indica que não está em conformidade, tendo o
operador que retirar o produto da linha de montagem.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
9
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
Figura 2 - Ilustração gráfica das teclas em não conformidade
2.1. CICLO DE TRABALHO DO DISPOSITIVO ATUAL
O ciclo de trabalho do dispositivo atual consiste em quatro etapas, a introdução de teclas
manualmente no painel frontal, calcamento do Front (Painel Frontal), calcamento das teclas, e por fim
o teste das teclas por parte da atuação dos SMAC.
Para a introdução das teclas o operador tem uma base para inserir o suporte de teclas, e outra
plataforma (ninho) para colocar o Front, como a Figura 3 demonstra.
Figura 3 - Ninho para o Suporte de teclas e para o Front
Depois de se ter introduzido as teclas no painel frontal, o ninho entra e é acionado o sistema de
calcamento do Front, sendo que este apenas prende o Front para que quando os SMAC’s são
acionados não haja o risco de o painel frontal se soltar e todo o processo de verificação de qualidade
das teclas não ser executado.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
10
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
Figura 4 - Calcamento do Front
Ainda com o sistema de calcamento do Front acionado, é necessário garantir que todas as teclas
tenham um Setpoint definido para que os SMAC’s consigam acionar todas as teclas desde o ponto zero
de deslocamento até à distância máxima. Com todas as teclas na posição zero, o sistema de
calcamento das teclas recua para libertar as teclas para estas serem atuadas pelos SMAC.
Figura 5 - Calcamento das Teclas
Por fim resta apenas fazer o teste funcional das teclas. Se se dividir o Front em duas partes,
esquerda e direita, temos dois SMAC para cada uma das partes, perfazendo um total de quatro
atuadores como a Figura 6 demonstra. Cada um dos quatro SMAC’s testa as seguintes teclas:

SMAC 1: Tecla 080 e 078;

SMAC 2: Tecla 079 e 074;

SMAC 3: Tecla 077 e 075;

SMAC 4: Tecla 076 e 073.
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11
Cap.2 Funcionamento do Dispositivo Atual de Teste de teclas
Figura 6 - Localização dos 4 SMAC's para o teste de teclas
No fim do teste de teclas estar completo, a consola de interface apresenta então os resultados
obtidos através de diferentes cores, em que o verde significa que está em conformidade, e a vermelho
está não conforme, tal como a Figura 1 e a Figura 2 indicam.
2.2. ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 2
Neste Capítulo é dado a conhecer a principal função dos atuadores elétricos capazes de averiguar
o estado de conformidade das teclas (SMAC), bem como o atual tempo de ciclo que servirá como
referência para o desenvolvimento do projeto conceptual, tendo este de ser obrigatoriamente inferior. É
ainda dado a conhecer as operações que são necessárias de efetuar até que o produto seja dado como
conforme e apto a ser entregue ao cliente.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
12
Cap.3 Projeto Mecânico
CAPÍTULO 3
3. PROJETO MECÂNICO
Neste Capítulo é dado a conhecer as principais etapas
teóricas que um projeto tem de ter, segundo Morris Asimow
[3] até à sua retirada do mercado.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
13
Cap.3 Projeto Mecânico
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
14
Cap.3 Projeto Mecânico
A actividade de desenvolver Projetos Mecânicos, é uma atividade pela qual é necessário passar
por inúmeras etapas, até este atingir um nível de maturação.
O início de qualquer projeto mecânico é através do reconhecimento de uma necessidade ou de
uma falha existente no mercado, sendo a análise deste problema uma parte importante de todo o
processo até chegar a uma solução concensual que satisfaça a necessidade do cliente. O esquema
representado na Figura 7 indica a evolução que é necessário efetuar até se atingir uma solução
consistente que resolva a necessidade [4]. O esquema apresentado na Figura 7 apresenta um
processo iterativo para encontrar a solução conceptual que melhor solucione a necessidade inicial.
Enquanto esta necessidade não estiver totalmente resolvida através das soluções geradas o processo
recomeça.
Figura 7 - Esquema de trabalho para obter a solução de uma necessidade
No entanto, segundo Morris Asimow [3], existem sete etapas para efetuar um projeto
mecânico. A primeira etapa a desenvolver segundo Morris Asimow, após o reconhecimento da
necessidade é desenvolver o projeto conceptualmente.
Para Asimow o projeto conceptual consiste em criar o maior número possível de soluções para
depois se reduzir à solução que melhor resolve o problema proposto. A fase do Projeto Conceptual é
aquela que exige maior criatividade, contudo é uma fase que envolve muita incerteza à volta do
projetista, o que por vezes pode ser frustrante, no entanto, para evitar isso é necessário a coordenação
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
15
Cap.3 Projeto Mecânico
entre as entidades responsá na organização empresarial. A lista que se segue apresenta as atividades
que estão associadas ao projeto conceptual. [5]

Identificação das necessidades do cliente: O objetivo deste ponto é perceber quais as
necessidades do cliente e comunicá-las à equipa de projeto;

Definição do Problema: O objetivo é criar um caderno de encargos em que fique tudo
registado por parte da entidade que vai criar o projeto e o cliente, através da declaração das
necessidades do cliente, descrição do que se pretende fazer, restrições e requisitos do cliente;

Recolha de Informação: Para se efetuar projeto mecânico é aconselhável ser feita uma
recolha de informações se já foram feitos projetos idênticos, se existem patentes, para que caso exista,
seja mais fácil de desenvolver, sempre tendo em conta as especificações do cliente;

Conceptualização: Criação e geração de ideias que satisfaçam o que foi declarado no
caderno de encargos;

Seleção das ideias Conceptuais: Avaliação das ideias conceptuais projetadas, e efetuar uma
evolução de todas as soluções numa única só.

Revisão do Projeto: Antes de se avançar para a próxima fase do projeto deverá ser feita uma
avaliação. A revisão do projeto permite verificar que o projeto é fisicamente realizável e se é
economicamente rentavél. Deverá ser definida uma estratégia para minimizar o tempo de ciclo do
projeto e identificar os recursos humanos que serão necessários, equipamentos e dinheiro necessário
para completar o projeto. [5]
A segunda fase de desenvolvimento de um projeto mecânico segundo Asimow é a realização do
Projeto Personalizado. É nesta fase de concepção que são tomadas as decisões mais técnicas do
projeto, tais como a seleção de materiais, seleção de atuadores, forças existentes, toleranciamento das
peças modeladas, e a criação de protótipos de peças que necessitam de ser testadas. [5]
A terceira fase de um projeto mecânico para Asimow é a realização do Projeto Detalhado. Nesta
fase são feitos desenhos detalhados adequados para a fabricação das peças, com a indicação de
tolerâncias para o fabrico, propriedades da superfície, materiais e processos de fabrico.
São ainda elaborados desenhos de conjunto que permitam a montagem dos conjuntos bem como
a indicação de indicações pertinentes que permitam facilmente a montagem ao Operador. Estes
desenhos de conjunto servem de apoio muitas vezes ao departamento de compras, para efetuarem a
lista de compras necessária. Todas estas etapas devem ser revistas e analisadas antes de se avançar
para a quarta etapa, o Planeamento da Produção [5]. Para a quarta etapa de um projeto mecânico, o
Planeamento da Produção, é feita uma planificação do processo de fabrico de cada peça, que inclui o
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
16
Cap.3 Projeto Mecânico
operador que vai executar e as máquinas onde vão ser feitas as peças, ferramentas utilizadas. Após o
detalhe das operações que cada peça vai sofrer é feita uma estimativa do preço que cada peça irá
custar. Em suma, no planeamento da produção deve ser feito o seguinte:
 Planificação dos horários de trabalho e controlo do stock ;
 Planificação do controlo de qualidade;
 Estabelecer o tempo de produção e os custos de trabalho para cada operação.
A quinta etapa consiste em planear a distribuição do produto, caso este seja produzido em larga
escala. Nesta fase a maioria do trabalho deve ser feito pelo Departamento de Marketing, na qual
devem procurar publicitar os produtos da empresa através dos media. No caso de serem produtos de
alta tecnologia deve ser feito um manual de dados de teste de desempenho e informação técnica
relevante. [5]
Restam duas etapas para o ciclo de um Projeto Mecânico. Na sexta fase é feito um planeamento
de utilização de um produto para sensibilizar o utilizar de como o utilizar através da realização de um
manual de instruções para um produto, enquanto que a sétima fase é feito um planeamento quanto à
forma de retirar o produto quando este atinge o final do seu ciclo útil. [5]
3.1. ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 3
Neste Capítulo foi dado a conhecer ao leitor as principais etapas que um projeto mecânico tem
segundo Morris Asimow antes de chegar ao consumidor final.
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17
Cap.3 Projeto Mecânico
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
18
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
CAPÍTULO 4
4. ASPETOS TEÓRICOS PARA O PROJETO DE
AUTOMAÇÃO
Qualquer que seja o Projeto Mecânico de
equipamentos que visam a automatização de
processos requer um Projeto para a Automatização
coordenada de todos os atuadores. Neste presente
Capítulo são apresentados todos os princípios teóricos
que estão ligados aos formalismos utilizados em
automação, e que são utilizados para a automatização
do projeto desenvolvido (Capítulo 7).
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
19
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
20
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
4.1. ASPETOS TEÓRICOS DO SFC
Para a automatização de máquinas utiliza-se normalmente o formalismo SFC [6], que consiste na
especificação da parte sequencial do comando de um sistema, que permite a partir de informações
sobre o processo, comandar, descrever o funcionamento pretendido e, assim, executar as acções.
Essas informações correspondem ao estado das variáveis associadas aos diversos sensores do sistema
(varáveis de entrada), enquanto que as ações correspondem ao comportamento dos atuadores
associados a eletroválvulas.
O SFC foi desenvolvido em 1975 por universitários e projectistas de automação franceses que,
constatando a ineficácia dos métodos existentes para tratar problemas de concepção de sistemas
sequenciais complexos, desenvolveram uma linguagem comum para representar (modelizar) o
funcionamento deste tipo de sistemas.
Esses universitários e projectistas constituíram uma associação francesa de excelência, a AFCET
(Association Française pour la Cybernétique Economique et Technique), contribuindo para que o SFC
fosse normalizado e origina-se uma Norma Internacional em 1987, a NF C – 03 – 190. Na língua
inglesa costuma ser designado por SFC – Sequencial Flow Chart [23].
Para a automatização de toda a máquina foram elaborados manualmente SFC segundo a norma
IEC 60848 [29], sendo que esta norma resulta da evolução da NF C–03–190.
4.2. SFC (IEC 60848)
O SFC é um formalismo de especificação de sistemas automatizados sequenciais. Este
formalismo foi desenvolvido em França, quando a AFCET em conjunto com a ADEPA definiram o SFC
como uma representação gráfica que traduz o desenvolvimento de um ciclo sequencial. Em 1988, a
IEC adoptou o SFC como Norma internacional sob o nome SFC como título Preparation of Function
Charts for Control Systems com a referência IEC 848, sendo que mais tarde, a Norma passou a
designar-se por IEC 60848.
As principais aplicações do SFC são em sistemas pneumáticos, hidráulicos e mecânicos, pois este
consegue descrever as funções de controlo, independentemente da área de aplicação, permitindo fácil
entendimento entre as mais variadas áreas de Automação.
Desta forma os diagramas funcionais SFC permitem descrever comportamentos de uma
sequência em função das informações recebidas, permitindo assim um funcionamento coerente [7].
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
21
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
Figura 8 - Exemplo de uma sequência segundo o formalismo SFC [7]
Para a elaboração dos SFC pode ser usado o programa Automation Studio [8]. O Automation
Studio é um programa na qual se pode desenhar, simular, e criar circuitos elétricos para criar uma
validação do projeto de uma máquina, sendo geralmente usado para efetuar testes a soluções de
problemas [9]. A construção dos SFC neste programa é segundo a norma IEC 61131-3.[10] A principal
diferença entre esta norma para a norma IEC 60848, é que a IEC 61131-3 é uma linguagem de
programação de automatos, embora os conceitos teóricos da norma IEC 60848 estão diretamente
ligados aos conceitos aplicados na norma IEC 61131-3 [10].
Como tal, a norma IEC 61131-3 foi desenvolvida com o intuito de permitir ao utilizador
estruturar a programação com elementos funcionais e poder escolher a linguagem em que irá
programar o projeto. Esta norma conferiu a uniformização das linguagens de programação mais
utiilizadas, os Diagramas de Blocos Funcionais (FBD), Diagramas de Contacto, Diagrama de Funções
Sequênciais (SFC), Texto estruturado (ST) e as Listas de Instruções (IL) [11].
Desta forma os SFC foram elaborados no Automation Studio segundo a linguagem SFC da
norma IEC 61131-3.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
22
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
Figura 9 - SFC elaborado no Automation Studio para o Projeto de Automação
4.3. DiAGRAMAS DE LADDER
A Linguagem Ladder [12], é um formalismo utilizado para efetuar a programação dos
controladores, sendo esta programação feita a partir da tradução algébrica dos SFC. Este Sub-capítulo
mostra como se pode converter uma especificação SFC em Linguagem Ladder. Essa conversão
compreenderá três módulos que serão executados de uma forma sequencial [6]:
 Condições de transposição das transições;
 Variáveis associadas às etapas;
 Cálculo das ações.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
23
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
Condições de transposição das transições
Para melhor elucidar o processo de conversão da especificação SFC para as equações algébricas
irá seguir-se o SFC representado na Figura 10.
Figura 10 - Exemplo SFC
Sendo CT(q) (Condição de Transposição) uma variável booleana associada a cada transição do
SFC podendo esta sofre evolução caso seja validada (todas as etapas precedentes a uma transição
estão ativas) e caso a recetividade associada à TC(q) for verdadeira. Assim a CT(q) pode ser formulada
pela seguinte equação:
m
CT ( q )  ( XM j ). R ( q)
(1)
j 1
Em que XMj corresponde à variável associada à etapa Mj e a recetividade R(q) está associada à
transição (q).
Figura 11 - Recetividade após múltiplas etapas de acordo com (1) [6]
Variáveis associadas às etapas
A formulação geral da atividade de cada atividade de cada etapa pode ser representada de acordo
com a equação booleana:
p
n
X t (t  1)   CT ( p j )  X (t ). CT (nk )
j 1
(2)
k 1
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
24
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
Onde CT(pj) é a condição de transposição da transição (Pj), p é a transição anterior à etapa i, e n
transição seguinte à etapa i.
Figura 12 - Etapa de acordo com (2) [6]
De acordo com (1), para as condições de transposição das transições do SFC da Figura 10, na
qual Xi representa a atividade da etapa i, resulta nas seguintes equações:
CT(i)=/X1./X2./X3./X4./X5./X6./X7
CT(1)=X1 . a
CT(2)=X2 . b
CT(3)=X3 . X4 . c
CT(4)=X5 . d . e
CT(5)=X6 . f
CT(6)=X5 . a
CT(7)=X7 . c
Pondo em prática a equação 2 para o cálculo das variáveis associadas às etapas resulta na
seguinte lista.
X1 (t+1)=CT(i)+CT(5)+CT(7)+X1(t)./CT(1)
X2 (t+1)=CT(1)+X2(t)./CT(2)
X3 (t+1)=CT(2)+X3(t)./CT(3)
X4 (t+1)=CT(1)+X4(t)./CT(3)
X5 (t+1)=CT(3)+X5(t)./(CT(4)+CT6))
X6 (t+1)= CT(4)+X6(t)./CT(5)
X7 (t+1)= CT(6)+X7(t)./CT(7)
Com este algoritmo, é feita a conversão dos SFC desenvolvidos no Automation Studio para
posteriormente ser feita a programação do PLC (Ver Capítulo 7.4 e Anexo B).
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
25
Cap.4 Aspetos teóricos para o Projeto de Automação
4.4. ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 4
Neste Capítulo descreve-se os fundamentos teóricos das várias linguagens de programação que
são utilizadas para o Projeto de Automação do dispositivo desenvolvido neste Dissertação de Mestrado.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
26
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
CAPÍTULO 5
5. PROJETO CONCEPTUAL DESENVOLVIDO
Neste Capítulo serão debatidas soluções conceptuais
para a inserção de teclas no front com uma análise de valor de
cada uma das hipóteses. O estágio de teste de teclas também
é alvo de explicações quanto ao posicionamento dos SMAC’s
em relação às teclas.
É feita uma análise detalhada à seleção dos principais
atuadores que a máquina irá apresentar, que fazem parte da
fase Projeto Detalhado de um Projeto Mecânico, segundo a
teoria de Morris Asimow [3].
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
27
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
28
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Quanto ao Projeto Conceptual desenvolvido, este apenas foi estudado e desenvolvido até à fase do
Projeto Detalhado, uma vez que o objetivo da Fehst Components passava por ter apenas um projeto
chave na mão, passível de ser aplicado num próximo componente a ser produzido.
Assim sendo a necessidade/objetivo da Fehst Components seria otimizar o processo de teste de
teclas, em que num único dispositivo pudessem ser incluídas o máximo de operações possíveis
(Inserção e Teste de teclas), automatizar o processo de inserção de teclas e uma redução do atual
tempo de ciclo.
Quanto ao Software utilizado, usou-se o SolidWorks 2013 [13] para o desenvolvimento de modelos
CAD conceptuais.
Figura 13 - Dispositivo final desenvolvido no SolidWorks 2013
Para obter os modelos tridimensionais standardizados dos componentes utilizados no dispositivo
usou-se o Software da Festo, Festo PARTdataManager 2012 [14], em que no mesmo programa
consegue-se fazer a configuração de um determinado componente e posteriormente conseguir obter a
exportação do modelo tridimensional para o SolidWorks.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
29
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 14 - Programa Festo PARTdataManager 2012
Para o desenvolvimento do projeto conceptual usou-se os produtos da Festo uma vez que estes
têm qualidades com créditos firmados na indústria, embora o custo dos componentes seja significativo
comparando com outras marcas. Outro dos fatores pela qual se usou os produtos da Festo, foi o facto
de fornecerem gratuitamente softwares importantes para o desenvolvimento do trabalho sem ser
necessário efetuar qualquer compra, o que foi o caso.
5.1. INSERÇÃO DE TECLAS
Para a inserção e manipulação das teclas foi necessário estudar os processos de manipulação
que existem e que estão devidamente estudados no mercado.
Como tal, as opções para efetuar o manuseamento das teclas foram as garras ou as ventosas.
Para estas duas opções existem diversos fatores a ter em conta, tal como a zona onde podem
aprisionar sem deixar marcas de maneira a não deixar vestígios e danificar as teclas, e na zona onde
agarram a tecla, faze-lo com firmeza suficiente para posteriormente inserir nas calhas do Front.
5.1.1.GARRAS
As garras são componentes mecânicos que através da utilização de ar comprimido se consegue
efetuar o aperto de peças com uma repetibilidade de movimentos na ordem das centésimas de
milímetro. Ao analisar-se a geometria de uma das teclas, existem duas zonas para se efetuar a
manipulação das mesmas, a zona a azul e a zona a cinzento.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
30
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 15 - Vista de topo e frontal da tecla 075
Para evidenciar os pontos fortes e pontos fracos das teclas, exemplificou-se com a tecla 075,
embora pudesse ser qualquer outra das três teclas existentes, uma vez que todas elas são idênticas.
Figura 16 - Manipulação da tecla 075 com uma Garra
Como já foi dito, as zonas passiveis de serem alvos para a manipulação é a zona a azul e a zona a
cinzento. A região a azul é problemática devido aos seguintes fatores:
 Curvatura apresentada;
 Inexistência de paralelismos entre as “paredes”;
 Possibilidade de danificar com riscos a tecla.
Para verificar estes problemas, montou-se uma garra juntamente com uma tecla. Para evidenciar
estes problemas, coloriu-se o fundo da garra a vermelho. Caso a tecla tivesse zonas paralelas entre si,
o fundo a vermelho não se conseguia ver, o que não se verifica tal como a Figura 17 demonstra.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
31
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 17 - Inexistência de paralelismo entre faces da tecla
Outra das possibilidades para obter a manipulação das teclas é pela zona a cinzento. Desta forma,
a garra teria que possuir umas mandibulas para conseguir pegar na tecla.
Figura 18 - Manipulação de teclas com a Garra na horizontal
No entanto, todas as teclas estão num suporte (ver Figura 19), que são inseridas manualmente
por um Operador, antes de irem para a pintura. Como tal, depois de efetuada a pintura, o suporte vai
direto para a zona de Stock do dispositivo de teste de teclas e deste modo, não vai sofrer mais
nenhuma alteração de logística.
Contudo, existem especificações por parte do cliente, de maneira que, o suporte vai para a pintura
com as teclas, para pintar apenas a zona a azul, não podendo qualquer outra zona da tecla ser
pintada.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
32
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 19 - Suporte de teclas original
Como tal, devido a esta imposição por parte do cliente, para ser possível manipular as teclas com
uma garra com mandibulas, teria que se criar um segundo suporte de teclas, como está representado
na Figura 20.
Figura 20 - Alteração ao Suporte de teclas
Com a criação de um segundo suporte, estaríamos a acrescentar mais uma etapa ao processo
antes de passar para a montagem destas no painel frontal, uma vez que atualmente as teclas depois
de pintadas vem no suporte da Figura 19 para o dispositivo de teste de teclas sem haver tarefas
intermédias.
No entanto, partindo do princípio que era aceite pelos diretores da Fehst Components a
introdução de um segundo suporte para as teclas, quando fossem manipuladas as teclas para a
introdução no Front iria surgir outro problema, na qual não se conseguiria introduzir as teclas até ao
seu fim de curso no painel frontal devido a contactos entre este e a garra como indica a Figura 21.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
33
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 21 - Contacto entre as mandibulas e o Front
Pelos fatores apresentados neste subcapítulo a possibilidade da utilização de Garras no
desenvolvimento do projeto foi descartada, sendo os principais problemas devidos a contactos entre a
garra e o front, e a necessidade de ter de alterar os processos bem como a logística inerente ao
processo.
5.1.2. VENTOSAS
Outra das possibilidades para a inserção automatizada de teclas é a utilização de ventosas. As
ventosas são bastante utilizadas para sistemas de manipulação de peças, com grande variedade de
tamanho, peso, forma e material, sem danificar dimensionalmente, através da aplicação de pressões
de vácuo. [15]
Existem três famílias de ventosas, ventosas planas, ventosas ovais e ventosas com foles. A escolha
de um destes tipos de ventosas depende essencialmente da aplicação a que irá estar sujeita.
Figura 22 - Diversos tipos de ventosas [11]
As ventosas planas circulares e as planas ovais são usadas quando são exigidos movimentos e
posicionamentos com grande exatidão. Devido ao seu baixo volume, permite um tempo de sucção
mínimo e uma maior estabilidade durante a operação de transporte [15].
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
34
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
As suas principais aplicações incluem a manipulação de peças com superfícies planas ou
ligeiramente curvas, podendo os materiais ser os mais variados (chapas de metal, painéis de vidro,
peças de plástico, placas de madeira entre outros) [15].
Figura 23 - Ventosas Planas redondas [16]
A única diferença entre as ventosas planas circulares e ovais, é que as ovais são usadas quando
as peças a serem manipuladas são mais esbeltas, e como tal a área disponível para efetuar o vácuo é
menor. [15]
Figura 24 - Ventosas Ovais [17]
As ventosas com foles permitem um bom ajustamento para superfícies desiguais, compensando
alturas diferentes fornecendo deste modo um efeito de elevação durante a sucção. As principais
aplicações para este tipo de ventosas incluem essencialmente componentes curvos, em que a exatidão
de posicionamento não seja demasiado elevada [15].
Figura 25 - Ventosas com Foles [18]
Posto isto, o tipo de ventosas mais adequadas para a aplicação desejada, são as ventosas planas
redondas.
Uma vez que as ventosas possibilitam a manipulação das teclas sem existir imcompatibilidades
geométricas foi feito um breve estudo acerca das forças envolvidas para efetuar a sucção das teclas.
Utilizando a referência VAS-…-NBR/SI da Festo, para um diamêtro de oito milímetros a força
teórica de sucção é dada pela equação 3.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
35
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
F  PA
(3)
F= Força teórica de sucção [N];
P= Pressão de vácuo [N/m2];
A= Área de sucção da ventosa [m2]
A ventosa necessária que abranje a maior área possível de uma das teclas é a VAS
VAS-8-NBR, com
oito milímetros de diâmetro, que para -10 000 Pa de pressão negativa resulta numa força teórica de
2N,
N, o que é mais que suficiente para manipular uma tecla com uma massa de duas gramas.
Figura 26 - Esquema de forças existentes no processo de succionar peças
No entanto, para se conseguir usar ventosas para manipulação de peças em que é exigido uma
grande exatidão, tem que se garantir um perfeito alinhamento vertical,
vertical que seja paralelo com as guias
da tecla, o que não acontece com o atual suporte de teclas, como a Figura 27 o demonstra.
Figura 27 - Desalinhamento das teclas no suporte original
Para resolver este problema teve que se alterar o suporte teclas, de modo a garantir um
alinhamento vertical para que ao inserir a tecla no Front haja condições para a sua inserção
inserção. As
alterações que foram
oram efetuadas ao suporte de teclas em relação ao original, foi que se introduziu no
suporte uma espécie de guias para as teclas ficarem alinhadas com o eixo da ventosa, e uma base
com o mesmo ângulo
ngulo que a tecla faz com um plano horizontal (cerca de 4º).
Figura 28 - Alinhamento das teclas com o eixo da ventosa
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
36
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Com estas alterações no suporte de teclas a utilização de ventosas para a inserção de teclas
torna-se assim viável. É de salientar que estas alterações não acarretam mais operações logísticas nem
trabalhos intermediários, como seria necessário caso se opta-se pelas garras para a manipulação das
teclas como foi dito em 5.1.1.
Figura 29 - Alterações efetuadas ao suporte de teclas
Para além da introdução de paredes que permitam um guiamento perfeito às teclas, foi ainda
alterado a disposição das teclas no suporte em relação ao original, no entanto, no capítulo 6.1.4 será
explicado e contextualizado de uma melhor forma.
5.2. TESTE DE TECLAS
Para se efetuar o teste funcional às teclas são utilizados atuadores denominados por SMAC. Os
SMAC’s são atuadores elétricos programáveis baseados no movimento de bobina, em que num único
atuador consegue-se conjugar velocidade, aceleração, força e posição com uma resolução de
posicionamento na ordem dos ±5µm, sendo que nalguns casos a resolução pode chegar aos ±0,1µm.
De um modo geral, o curso máximo de um SMAC pode chegar aos 200 mm, e atingir uma força
máxima de 500 N, sendo que, quanto maior for o curso de um SMAC, menor será a força máxima
disponível e vice-versa.
Figura 30 - Atuadores SMAC's
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
37
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Como tal, estes atuadores são extremamente importantes para verificar a conformidade das
teclas, visto que é necessário verificar na mesma ação o deslocamento que uma tecla vai sofrer para
uma determinada força. Para o teste de teclas os SMAC’s estão programados para conseguirem mover
25 gramas numa distância teórica de 2,33mm. Como o SMAC usado tem uma resolução de ±5µm, e o
cliente apenas exige rigor até à centésima, e o SMAC tem uma resolução de 5 milésimas, este
consegue assegurar o rigor pretendido da mensuranda [19]. [20]
5.2.1.ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS SMAC’S
Devido à enorme potencialidade destes atuadores, são cada vez mais usados em diversas
indústrias que necessitam de exatidão e rigor nos seus processos produtivos, tais como na Indústria
Farmacêutica, Robótica, Corte por laser, Digitalização de alta velocidade, Medição por coordenadas,
Teste de teclas, Teste de interruptores, Solda ponto a ponto entre outros.
Como na Industria automóvel se exige padrões de qualidade extremamente elevados, e a
utilização de SMAC’s substitui a intervenção humana, leva a que acarrete um maior rigor por parte do
controlo efetuado pelos SMAC’s, conseguindo testar a qualidade de um produto com a certeza que
usou determinados valores, como por exemplo, a força com que se acionou uma tecla, enquanto que
com a intervenção humana é impossível efetuar sempre a mesma força. De acordo com o sítio de
internet da empresa SMAC, as principais aplicações na Indústria Automóvel são as seguintes:

Teste do botão do cinto de segurança: Neste teste é efetuado o controlo de qualidade da força
necessária para se soltar o cinto de segurança;
Figura 31 - Teste ao cinto de segurança
 Teste a diversos tipos de Switches/Teclas: É feito um controlo de qualidade à quantificação de
força necessária para acionar teclas de rádios, vidros elétricos, botão da buzina, entre outros; [20]
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
38
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
Figura 32 - Teste de teclas
 Controlo de qualidade de um injetor de combustível: Medição por coordenadas de injetores,
uma vez que os clientes encontravam inconsistências nas medições efetuadas por laser por falta de
repetibilidade dos resultados. [20]
Figura 33 - Injetor de Combustível
5.2.2.
REQUISITOS DO CLIENTE
No atual dispositivo de teste de teclas, as teclas são testadas na horizontal. No entanto, foi
proposto fazer o teste de teclas com o painel frontal na vertical, conseguindo assim testar o guiamento
destas na posição de funcionamento final conseguindo deste modo replicar o funcionamento do painel
frontal nas mãos do utilizador.
Figura 34 - Painel Frontal na vertical juntamente com os SMAC's
Outra variável a ser testada aproveitando a nova posição do Front é a aplicação de uma carga por
parte dos SMAC’s que não seja centrada, uma vez que o utilizador quando prime as teclas nunca
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
39
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
pressiona exatamente no centro da tecla. Deste modo, consegue-se testar se realmente as teclas estão
em conformidade com a utilização final a que o produto vai estar sujeito.
Para que seja possível a colocação do Front na vertical foi necessária a aplicação de um sistema
do estilo pick and place para manipular o front juntamente com a sua base. Optou-se por se usar uma
base para manipular o painel frontal para não danificar o produto com riscos ou eventuais marcas que
fizessem com que o front estivesse em não conformidade. Para manipular a base do painel frontal
usou-se uma garra acoplada a um cilindro pneumático, quer por sua vez a plataforma de apoio desse
cilindro está solidária a um servo motor, que é o responsável por colocar o front num plano vertical.
3
4
2
1
5
Figura 35 - Teste de teclas: 1- Painel Frontal; 2- Servo Motor; 3- Cilindro Pneumático; 4- Guia de
posicionamento dos SMAC's; 5- Garra
Este sistema representado para o teste de teclas não foi alvo de grandes ponderações, uma vez
que não havia grandes alternativas para efetuar estas operações. Para a subida e descida de cada par
de SMAC’s poderia ser um cilindro pneumático, no entanto, como era necessário ter três posições,
teve que se optar por um atuador capaz de parar com relativa exatidão em três posições distintas e
como tal a opção de um atuador pneumático ficou eliminada.
Para manipular a base do front usou-se uma garra, uma vez que estas conseguem manusear
peças com maior massa, se compararmos com as ventosas. Relativamente ao motor, usou-se um
servo motor visto que estes possuem uma inércia de paragem reduzida, e como é pretendido apenas
uma rotação de 90º, este tipo de motores conseguem uma paragem que dá garantias que o cilindro
consiga encaixar a base do painel frontal numa parede. Por fim, os SMAC’s continuam a ser usados
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
40
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
para o teste de teclas, visto que estes atuadores são os melhores e os mais adequados que existem no
mercado para este tipo de aplicação.
5.2.3. PROBLEMAS QUE ORIGINAM A NÃO CONFORMIDADE DE UM
PAINEL FRONTAL
Existem diversos fatores que podem influenciar a rejeição de um Front quando este chega ao teste
de qualidade de deslocamento de teclas. A rejeição pode surgir então devido à seguinte lista:
 Empeno do Front: Quando o painel frontal sai da injeção, este pode sofrer desvios
dimensionais, devido à contração que está inerente aos processos de injeção de materiais poliméricos,
que só são percetíveis muitas vezes quando este chega à fase de inserir e testar as teclas;
 Rebarbas: A existência de rebarbas nas calhas do Front ou nas guias das teclas, faz com que
seja adicionado um fator extra de contacto entre as teclas e as calhas, o que leva, a que seria
necessário efetuar mais de 25 gramas para obter um deslocamento de 2,33 mm de deslizamento para
o curso previsto, excedendo assim os limites previstos do que está programado no SMAC;
 Excesso de massa lubrificante: O posto de trabalho anterior ao teste de teclas é inserir massa
lubrificante nas calhas do Front, e se for depositada demasiada massa, isto pode levar a que os
resultados sejam de rejeição. Este é um problema que muitas vezes origina um desvirtuamento do real
problema, uma vez que se pode pensar que poderá ser devido a rebarbas. Como tal, convém que o
operador que está no posto de lubrificação tenha a sensibilidade suficiente para se aperceber que o
dispositivo está a depositar massa em excesso.
5.3. ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 5
Ao longo do Capítulo 5 são analisadas e debatidas soluções conceptuais para o estágio de
inserção de teclas e para o estágio de teste de teclas.
Para o estágio de inserção de teclas é debatida a utilização de ventosas de várias geometrias bem
como garras pneumáticas e com isto, as alterações que teriam que ser feitas no quotidiano da
empresa de maneira a que cada uma das tecnologias de manipulação fosse utilizada.
Para o estágio de teste funcional de teclas foi debatido e analisado o posicionamento vertical do
front permitindo assim efetuar o teste funcional às teclas na posição de utilização final do utilizador,
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
41
Cap.5 Projeto Conceptual Desenvolvido
juntamente com uma carga descentrada. São ainda apresentadas as principais caracteristicas e áreas
de aplicação dos atuadores responsaveis por efetuar o teste funcional às teclas.
Por último é faz-se referência aos problemas que podem originar perturbações aos SMAC’s e
como tal indicar a não conformidade do produto.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
42
Cap.6 Projeto Detalhado
CAPÍTULO 6
6. PROJETO DETALHADO
Neste Capítulo é feita uma análise detalhada
relativamente à seleção dos atuadores mais importantes
no funcionamento da Máquina desenvolvida, a nível de
exatidão de posicionamento, esforços que têm de
conseguir suportar, bem como os tempos de ciclo que
os atuadores selecionados conseguem atingir, com
recurso ao programa Festo Positioning Drives.
Com a Automatização dos processos de montagem é
necessário optimizar e alterar processos que fazem
parte do dia a dia da Fehst, como o suporte de teclas,
de maneira a ser possível alimentar a máquina de uma
forma rápida, económica e automatizar a inserção das
teclas.
Após a seleção dos principais atuadores ter sido
detalhada é exemplificado com ilustrações quais as
posições que cada atuador tem, para realizar a inserção
e teste de teclas.
Por fim é feito um somatório dos tempos de ciclo de
todos os atuadores para ambos os estágios da Máquina,
conforme as posições que cada atuador tem de
percorrer.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
43
Cap.6 Projeto Detalhado
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
44
Cap.6 Projeto Detalhado
Como já foi dito ao longo do relatório de dissertação a máquina a desenvolver consiste em dois
estágios. No primeiro estágio são colocadas as teclas no painel frontal, através de ventosas, que são
conduzidas por guias lineares desde o suporte de teclas até ao front, tendo uma determinada
sequência para a introdução das teclas.
No segundo estágio, o painel frontal é conduzido por um conveyor, desde a inserção de teclas, até
à zona de teste de teclas, em que através da colocação do front numa parede vertical se efetua o teste
às teclas, seguindo uma determinada sequência.
Nos subcapítulos que se seguem foi feita uma análise descritiva dos atuadores que foram
selecionados em função das tarefas necessárias a efetuar.
6.1. PROJETO DETALHADO PARA A INSERÇÃO DE TECLAS
6.1.1. GUIAS LINEARES
Como já foi referido no subcapítulo 5.1.2 a tecnologia escolhida para a manipulação das teclas
foram as ventosas. Para a manipulação das teclas é necessário uma conjunção de equipamentos que
permitam ter movimentos em três eixos. Para ser mais fácil a compreensão dos textos que se seguem
convencionou-se um sistema de eixos cartesianos. Para movimentos horizontais convencionou-se o eixo
x e eixo z, ficando o eixo y para movimentos verticais.
Figura 36 - Sistema de eixos convencionado
As escolhas das guias lineares foram influenciadas pelas tolerâncias admissíveis do painel frontal.
Para os movimentos no eixo YY, a exatidão do atuador não é relevante, uma vez que neste eixo são
manipuladas as teclas, para a inserção das teclas.
O único fator a ter em conta para o atuador do eixo vertical é que este após pegar numa tecla não
tenha oscilações rotacionais, para conseguir inserir corretamente a tecla nas respetivas guias. Como
tal, uma vez que não era necessário grande exatidão e não existia posições intermédias, o atuador
escolhido podia ser pneumático (Cilindro DZF), tendo o pistão uma forma oval, não permitindo assim
oscilações rotacionais.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
45
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 37 - Cilindro Pneumático utilizado para a inserção de teclas
Uma vez que se usou um cilindro pneumático, a diferença de alturas entre o suporte de teclas e
front teve que ser nula, uma vez que na pneumática apenas se usa os fins de curso.
A escolha das guias para os eixos XX e ZZ já foram influenciadas pelas tolerâncias admissíveis do
painel frontal. De acordo com o desenho técnico as tolerâncias para a guia responsável pelo
movimento em ZZ são de 0,1mm, isto em relação a um ponto de referência (linha a laranja), e para o
eixo XX uma tolerância de 0,2mm. Na Figura 38 as cotas contornadas a amarelo são para o eixo XX e
a verde para ZZ.
Figura 38 - Recorte do desenho técnico do painel frontal
No entanto, para a guia linear responsável pelo movimento em ZZ, as cotas e as tolerâncias que
são realmente importantes para a inserção das teclas, são as cotas entre centros das diversas calhas
do front, e essas cotas e tolerâncias o desenho técnico não são fornecidas diretamente, pelo que foi
necessário fazer alguns raciocínios.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
46
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 39 - Recorte do desenho técnico numa das extremidades
As cotas entre os centros das teclas são importantes de se obter para posteriormente se
programar os motores das guias, e saber-se qual a distância que tem que se movimentar para a
inserção das teclas no devido sítio.
Figura 40 – Somatório de Cotas nominais resultantes da Figura 39 entre os centros das teclas
Se compararmos a Figura 39 com a Figura 40, na Figura 39 as tolerâncias dadas são de 0,1mm,
enquanto na Figura 40 são de 0,2 mm. A razão pela qual a tolerância aumenta quando se tira as cotas
entre os centros das calhas do front é devido ao facto de se estar a tirar cotas dimensionais entre dois
pontos de referência (centros das calhas), enquanto que na Figura 39 apenas existe a tolerância entre
um ponto de referência, sendo que neste ultimo caso, as cotas apenas se podem desviar 0,1 mm em
relação a esse ponto de referência. Para a distância entre centros das calhas, se fizermos a diferença
entre as cotas dimensionais na tolerância mínima e máxima, dá os 0,2 mm.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
47
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 41 - Esquema explicativo para a alteração de tolerâncias
Na Figura 41 encontra-se exemplificada a variação que as cotas podem ter através da sua
tolerância de 0,1mm. A soma das cotas a vermelho é a distância entre os centros das calhas com uma
tolerância de 0mm, enquanto a verde são as cotas com -0,1mm, e a laranja com +0,1mm, isto em
relação à cota a vermelho.
Se fizermos a diferença entre a distância total a vermelho, e a distância a verde e a laranja dá
uma diferença de 0,2mm, dai que possamos concluir que para sabermos a distância entre centros das
calhas é a soma das cotas nominais entre a linha de referência ±0,2mm, tal como foi exposto na
Figura 40.
Como tal, a resolução necessária da guia para o eixo z terá que ser obrigatoriamente na casa das
centésimas para se conseguir alcançar com certeza as décimas, de modo a obter-se um
posicionamento exato para a inserção das teclas.
Para a escolha da guia para este eixo de trabalho recorreu-se uma vez mais aos produtos da
Festo, e pelos produtos que oferece existem essencialmente dois tipos de famílias para guias lineares,
por fusos ou por correias dentadas.
De acordo com a informação contida nos catálogos da Festo, uma guia linear movida por fuso tem
uma resolução de ±0,02mm e as guias com correia apresentam uma resolução de ±0,08mm. Com
esta resolução qualquer um dos tipos de guia consegue garantir e cobrir as décimas (±0,2 mm) que se
podem acrescentar a uma determinada distância entre as calhas do painel frontal. Quanto às guias
lineares movimentadas por correia dentada, estas apresentam vantagens e desvantagens, destacandose as seguintes:
 Menor exatidão de posicionamento;
 A correia está sujeita a um maior desgaste;
 Menor ciclo de vida;
 Capacidade de suportar cargas reduzida em comparação com o fuso.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
48
Cap.6 Projeto Detalhado
A principal vantagem deste tipo de guia linear está na maior rapidez com que consegue mover,
isto em parte devido à baixa inércia que estes equipamentos apresentam, comparando com os fusos.
Figura 42 - Exemplo de Guia Linear com correia dentada [21]
Relativamente a guias que utilizam fusos, estas apresentam mais fatores positivos em relação às
correias para a aplicação desejada. As suas vantagens são as seguintes:

Maior rigor de posicionamento, 0,02mm de resolução dentro dos produtos da Festo;

Suporta cargas mais elevadas;

Ciclo de vida mais longo.
A sua maior desvantagem é o seu preço comparativamente às guias de correia dentada.
Figura 43 - Exemplo de guia linear movimentada por fuso [22]
Antes de se escolher qual dos dois tipos de guias se vai escolher é necessário falar sobre o
suporte de teclas, isto por que a guia responsável pela movimentação neste eixo, tem que se deslocar
desde o suporte de teclas até ao painel frontal.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
49
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 44 - Ilustração do movimento da Guia linear
Como tal, não é só as tolerâncias e distâncias entre as calhas do front que entram no cálculo da
resolução mínima da guia. Ao introduzirmos o suporte de teclas neste processo, introduzir-se-à novos
desacertos relativamente à posição das teclas, uma vez que é impossível ter as teclas sempre na
mesma posição.
Para estabelecer o desvio que uma tecla pode ter em relação ao seu ponto zero, recorreu-se à
folga existente entre o suporte e a tecla. A folga que se deu ao suporte foi de 0,2mm em relação à
geometria das teclas, logo a tolerância para os desvios das teclas em relação ao ponto zero será de
±0,1mm.
Caso a tecla esteja no ponto zero, o desvio seria de 0,1mm. Resta agora acrescentar ao esquema
da Figura 40, a distância desde o centro da primeira tecla no suporte, até ao centro da primeira tecla
no front. Neste caso só se entra com a distância entre a primeira tecla porque o sistema de
manipulação de teclas escolhido, pega em todas as teclas em simultâneo e como tal é suficiente entrar
apenas com uma tecla. Esta distância resulta do que foi desenvolvido durante o projeto, sendo o valor
desta distância de 146,61 ±0,1mm. Na está representado esquematicamente todas as distâncias e os
seus desvios de modo a poder tirar-se a conclusão final relativamente à escolha da Guia linear
utilizada.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
50
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 45 - Esquema representativo das distâncias de trabalho da Guia linear
No entanto, a guia responsável por este movimento tem ainda de garantir um posicionamento
exato para posicionar o Pick & Place dentro dos limites dimensionais das calhas onde são introduzidas
as teclas. É nas calhas, que as tolerâncias são mais apertadas e onde reside a maior dificuldade para
inserir as teclas, uma vez que a cota dimensional é de 1.06±0.03mm como a Figura 46 indica.
Figura 46 - Cotas e tolerâncias dimensionais das calhas de uma das teclas
Posto isto, e recordando a resolução dos dois tipos de guias (±0.02mm para a guia linear por fuso
e ±0.08mm para a guia por correia), apenas a guia com fuso consegue satisfazer todas as tolerâncias
que estão associadas aos movimentos necessários a efetuar, uma vez que a sua resolução é inferior ao
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
51
Cap.6 Projeto Detalhado
desvio da cota das calhas. A Tabela 1 apresenta resumidamente as propriedades mais importantes da
guia linear.
Tabela 1 – Propriedades da Guia linear EGC (Eixo Z)
Propriedades da Guia linear do Eixo Z
Designação
EGC
Fuso
Fuso de esferas
Resolução
±0,02mm
Curso
250mm
Passo
10mm
Massa
2,5Kg
Figura 47 - Guia Linear EGC
Resta agora selecionar a guia responsável pelo movimento no Eixo X, estando esta responsável
por posicionar os cilindros para manipular as teclas que estão no suporte de teclas e posteriormente
largar as teclas no front.
Como tal, esta guia apenas tem de cumprir o requisito imposto pela tolerância das calhas
(representado na Figura 46). Outra condicionante para a escolha da guia para o eixo x, é que esta tem
de permitir o encaixe com a guia EGC (Eixo Z).
Dentro dos produtos que a Festo disponibiliza existe a hipótese de utilizar a guia EGSL. A Tabela 2
apresenta as principais características para a guia EGSL.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
52
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 2 - Propriedades da Guia linear EGSL (Eixo X)
Propriedades da Guia linear do Eixo X
Designação
EGSL
Fuso
Fuso de esferas
Resolução
±0,015mm
Curso
200mm
Passo
10mm
Massa
2,2Kg
Figura 48 - Guia Linear EGSL
O resultado da conjunção das guias para o correto posicionamento dos cilindros para a
manipulação das teclas está representado na Figura 49.
Figura 49 - Sistema tridimensional para a Manipulação das teclas
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
53
Cap.6 Projeto Detalhado
6.1.2.MOTORES USADOS
Para os tipos de guias escolhidas existem duas possibilidades de escolha, os motores de passo e
os servos motores. Dentro destas duas possibilidades existem vantagens e desvantagens para cada
uma, no entanto, os motores escolhidos para o dispositivo de inserção e teste de teclas foram os
Servomotores, pelos seguintes fatores:

Permite um controlo preciso da posição que se pretende atingir; [23]

Apresentam uma inércia reduzida, tornando a paragem destes motores muito rápida e
extremamente exata; [23]

Têm um sistema de controlo mais preciso, visto que têm incorporado no seu sistema um
encoder para efetuar o controlo da posição; [23]

Conseguem controlar velocidade, posição e binário em simultâneo, e manter constante caso
seja necessário; [24]
O funcionamento dos Servomotores pode ser descrito por ser um circuito fechado que utiliza a
realimentação de posição para controlar o seu movimento e a posição final. O controlo é efetuado por
sinais de entrada analógicos ou digitais, dando ordens para o motor efetuar o seu movimento até
atingir uma determinada posição [25].
Os servomotores são muito aplicados em máquinas de corte e de solda, sistemas de
posicionamento, máquinas de controlo numérico, máquinas têxteis, máquinas gráficas entre outras
aplicações [24].
Quanto aos Motores de passo, são um tipo de motor elétrico, usados quando algo tem que ser
posicionado com muita exatidão. O controlo da sua rotação é feito a partir de campos eletromagnéticos
que são ativados e desativados eletronicamente. A resolução destes motores é classificada pelo
número fixo de polos magnéticos, que determinam o número de passos por revolução. Quantos mais
passos o motor possuir, maior será a sua resolução [25].
Os principais pontos fortes de um motor de passo são: [26]
 Seguem uma lógica digital, visto que o seu acionamento é feito através de pulsos elétricos que
ativam sequencialmente as suas bobinas, fazendo com que o rotor se alinhe com estas, provocando
um deslocamento do rotor;
 Alta precisão no seu posicionamento, visto que o rotor se movimenta em ângulos bem
definidos, chamados passos, cujo erro é pequeno;
 Exatidão no Binário aplicado;
 Apresentam uma boa resposta de aceleração e desaceleração.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
54
Cap.6 Projeto Detalhado
No entanto, estes motores estão sujeitos a perder a sua posição devido à possibilidade de existir
frequência de ressonância. Caso as revoluções do motor aconteçam na frequência de ressonância o
motor oscila, aquece e começa a perder os seus passos. Este é o grande inconveniente destes
motores, sendo que normalmente se usa encoders associados aos motores para garantir a exatidão
rotacional [26].
A Tabela 3 apresenta uma comparação com as principais variáveis dos dois motores para se
verificar que a escolha dos Servomotores foi a mais acertada.
Tabela 3 - Comparação entre os Motores de passo e os Servomotores [27]
Motor de Passo
Servomotor
Velocidade
Baixa
Alta
Binário
Alto
Médio
Facilidade de controlo
Médio
Complexo
Exatidão
Alta
Muito Alta
Durabilidade
Alta
Média
Requer Manutenção
Não
Sim
O principal fator que levou a escolher os Servomotores, foi o facto de estes possuírem uma
velocidade elevadaç, que permite diminuir assim o tempo de ciclo de inserção de teclas, e a exatidão
que estes apresentam, uma vez que as cotas das calhas do front são muito apertadas e como tal é
necessário motores que acionem as guias lineares, que sejam bastante exatos.
No total são usados para a inserção de teclas quatro Servomotores, dois para cada um dos lados
do painel frontal, ou seja, dois para as guias EGC e outros dois para as duas guias EGSL.
2
1
Figura 50 - Sistema de manipulação das teclas; 1 - Servomotor EMMS-40; 2 - Servomotor EMMS-55
As principais características nominais que os motores apresentam estão enunciadas na Tabela 4.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
55
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 4 - Propriedades dos motores das Guias lineares
EMMS-40
EMMS-55
Tensão Nominal [V DC]
360
360
Corrente Nominal [A]
0,63
1,19
Binário Nominal [N.m]
0,22
0,67
Velocidade Nominal [rpm]
10300
6600
Inércia [Kg.cm2]
0,055
0,245
Encoder
Absoluto
Absoluto
Os encoders usados nos motores são encoders rotativos absolutos sendo que existem dois tipos
de encoders, o absoluto e o relativo. A principal diferença entre estes dois tipos de encoders é que nos
encoders absolutos a posição alvo é sempre atingida em relação à posição inicial como a Figura 51
demonstra. [24]
Figura 51 - Encoder Absoluto [24]
Nos relativos ou incrementais a posição alvo é obtida adicionando um valor para a posição de
referência, ou seja, à medida que avança o encoder tem novas referências de posicionamento como
Figura 52 demonstra. [24]
15 rotações
Figura 52 - Encoder Relativo [24]
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
56
Cap.6 Projeto Detalhado
6.1.3.ESFORÇOS EXISTENTES NAS GUIAS LINEARES E MOTORES
Para fazer a verificação se os Servomotores e as guias selecionadas aguentam em termos de
esforços utilizou-se o programa da Festo, Festo Positioning Drives. Este programa para além de dar
uma validação acerca dos Servomotores e guias escolhidas, permite calcular o tempo que uma guia
linear com um determinado motor, para uma determinada carga demora a percorrer uma distância.
Como seria muito extensivo demostrar os passos todos para efetuar a validação de todas as guias,
apenas será demonstrado com figuras do programa para a guia linear EGC, sendo que para a guia
EGSL será demonstrado de uma forma mais simplificada.
Como a guia EGC suporta com todas as guias, o primeiro passo foi fazer um somatório de toda a
massa que a guia suporta. A Tabela 5 apresenta todos os atuadores que estão sobre a guia EGC e a
respetiva massa.
Tabela 5 - Somatório de cargas na Guia linear EGC
Equipamentos suportados pela guia EGC
Guia EGSL
2,2 Kg
Cilindros Pneumáticos DZF
4 x 0,21 Kg
Base de conexão entre a EGSL e EGC
0,5 Kg
TOTAL
3,54 Kg
O primeiro passo no Festo Positioning Drives será então definir de que forma é que a carga está a
ser exercida na guia e qual o seu valor. Os restantes campos apenas seriam caso de estudo se ainda
não se soubesse qual a guia a usar, no entanto, como já está tudo definido apenas é importante
mencionar os campos cujo preenchimento é relevante para verificar se os atuadores escolhidos
aguentam com os esforços.
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57
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 53 - Introdução do valor da carga e como está a ser aplicada na Guia linear
O passo que se segue é a introdução da distância a que as cargas estão a ser aplicadas do centro
de massa da guia EGC de maneira a que o programa seja capaz de fazer cálculos relativamente aos
Momentos de força existentes na guia EGC.
Figura 54 - Distâncias das cargas aplicadas na guia EGC
Com isto, chegou-se aos resultados, sendo que, os resultados vêm em percentagem de utilização,
ou seja, 100% seria o máximo de utilização de todas as propriedades. A Figura 55 apresenta os
resultados quanto à percentagem de utilização do motor, da guia linear e do fuso da guia.
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58
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 55 - Resultados para a Guia linear EGC
A primeira combinação, que foi a escolhida, resultou numa utilização de 21% do fuso da guia, 76%
do motor e 86% do guiamento. Com estes resultados, a guia selecionada pode ser a utilizada.
Para a guia linear EGSL a massa que esta suporta é de 1,34Kg como a Tabela 6 apresenta.
Tabela 6 - Somatório de cargas na Guia linear EGSL
Equipamentos suportados pela guia EGSL
Cilindros Pneumáticos DZF
4 x 0,21 Kg
Base de conexão entre a EGSL e EGC
0,5 Kg
TOTAL
1,34 Kg
Quanto aos resultados obtidos, estes foram mais apertados, não por causa de a carga ser
excessiva mas por que a carga é aplicada perpendicularmente ao eixo da guia, que reduz a capacidade
de trabalho. Como tal, houve necessidade de escolher uma combinação de guia e servomotor que
fosse mais equilibrado, dai que se tenha escolhido a combinação número 5 como a Figura 56
demonstra, que resulta numa utilização de 52% do fuso, 42% do motor e 46% do guiamento.
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59
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 56 - Resultados para a Guia linear EGSL
6.1.4.ALTERAÇÕES AO SUPORTE DE TECLAS
Tal como já foi explicado em 5.1.1 e em 5.1.2 todas as alterações impostas ao suporte de teclas
não podem acarretar mais operações logísticas, de modo a evitar operações intermédias e assim
acrescentar mais custo ao produto final.
Como tal, as principais limitações para a construção de um novo suporte de teclas foram:
 Não alterar as dimensões de atravancamento que o atual suporte de teclas apresenta, por
causa da rentabilização da máquina de pintura, sendo que se fossem alteradas as dimensões iriam ser
pintadas menos teclas;
 Uma vez que as teclas são introduzidas uma a uma na sua posição por um Operador no
suporte, estas depois de inseridas, não podem sofrer mais nenhuma operação de manuseamento,
como foi explicado no subcapítulo 5.1.1.
Posto isto, as modificações que foram feitas ao suporte, tendo em consideração as restrições
impostas, foram todas a pensar numa otimização do tempo necessário para pegar nas teclas e
desloca-las para a devida posição de inserção no front, mas também alterações que permitissem um
maior rigor de posicionamento das teclas no suporte de modo a tê-las sempre no mesmo set-point e
permitir um alinhamento com o eixo das ventosas tal como dito 5.1.2.
No entanto, a principal alteração foi a ordem de colocação das teclas, na qual se tentou coloca-las
no suporte com as distâncias entre as calhas que existem no painel frontal, de modo a que quando
fosse para inserir as teclas se conseguisse introduzir com o mínimo de movimentos possível por parte
das guias, sendo que o ideal seria os mecanismos de manipulação das teclas conseguissem pegar e
posteriormente largar todas as teclas em simultâneo. Porém, não foi possível ter no suporte uma
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
60
Cap.6 Projeto Detalhado
réplica das distâncias entre as calhas do front devido a ser necessária uma distância mínima entre as
teclas para que seja possível a pintura de todas as superfícies, visto que no painel frontal três das
teclas estão praticamente juntas, como a Figura 39 demonstra.
Posto isto, fez-se uma análise das dimensões do suporte de teclas em conjunto com as distâncias
entre calhas do front, sendo que o máximo que se conseguiu foi a colocação de três teclas em
simultâneo sem ser necessário movimentar as guias, ficando apenas uma tecla para inserir, tendo as
guias de se deslocar para inserir a última tecla.
O resultado em termos de posicionamento das teclas no suporte de teclas está representado na
Figura 57 em comparação direta com o front. A única diferença reside na tecla contornada com o
retângulo a preto, visto que no painel frontal está junta com as outras duas, de maneira que houve a
necessidade de a separar para uma zona livre do suporte de teclas para ser possível a pintura em
todas as superficies.
Figura 57 - Comparação do posicionamento das teclas no suporte e no front
Com esta disposição de teclas no suporte conseguiu-se reduzir o tempo de ciclo de inserção de
teclas, uma vez que depois da guia linear do eixo z (Guia EGC) estar na posição para pegar nas teclas,
a guia apenas tem de se deslocar até à posição de inserção da primeira tecla. Após estar nessa
posição, o sistema de manipulação insere as três teclas (seis no total) e depois só é necessário
deslocar-se para inserir a ultima tecla (tecla contornada a preto).
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
61
Cap.6 Projeto Detalhado
Por uma questão de uniformidade de nomenclatura a Figura 58 apresenta a legenda completa de
todos os termos passiveis de serem utilizados ao longo da dissertação, relativamente ao suporte de
teclas.
1
2
3
6
4
7
5
8
Figura 58 - Nomenclatura usada para a descrição do suporte de teclas; 1 -Conjunto de teclas para três
painéis frontais para o lado esquerdo; 2-Conjunto de teclas para três painéis frontais para o lado direito; 3 Primeira coluna de teclas para o lado esquerdo; 4 -Segunda coluna de teclas para o lado esquerdo; 5 –
Terceira coluna de teclas para o lado esquerdo; 6 -Primeira coluna de teclas para o lado direito; 7 -Segunda
coluna de teclas para o lado direito; 8 -Terceira coluna de teclas para o lado direito
6.1.5.CICLO DE TRABALHO DA INSERÇÃO DE TECLAS
Pegando na linha de montagem atual usada para este front, antes do dispositivo de teste de
teclas, existem dois estágios de montagem, sendo a primeira responsável pela cravação da guia de
Cd’s e o segundo estágio pela lubrificação das guias das teclas e só depois surge o dispositivo de teste
das teclas. À frente do teste de teclas existem mais dois estágios até que o painel frontal esteja pronto
para expedição, que é a inscrição de figuras nas teclas por laser e por fim o tampo print, que consiste
em imprimir nas teclas determinados caracteres.
Figura 59 - Layout da linha de montagem atual
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62
Cap.6 Projeto Detalhado
Como o dispositivo a desenvolver é automatizado, o transporte de uns dispositivos para os outros
é feito por um conveyor em circuito fechado. Visto que para a dissertação apenas se focou na máquina
de inserção e teste de teclas, a inserção do front e do suporte de teclas no respetivo conveyor não foi
analisado, visto que o dispositivo em estudo fica no centro da linha, daí que não seja relevante um
estudo extensivo acerca desta matéria, apenas fica o conselho de que no futuro, se a linha de
montagem for toda automatizada, a colocação do front e do suporte de teclas na linha pode ser feita
por um sistema pick and place ou manualmente por um operador. Como tal, para efeitos
representativos colocaram-se os conveyor’s a percorrer o dispositivo desenvolvido como a Figura 60
demonstra.
1
2
Figura 60 - Conveyor's usados no Dispositivo desenvolvido; 1- Conveyor para o suporte de teclas; 2-
Conveyor para o front
Como o suporte de teclas chega ao estágio de inserção de teclas através de um conveyor, o ciclo
de trabalho nomeadamente das guias EGSL, vai ser afetado pela disposição das teclas no suporte,
devido ao facto de as teclas serem manipuladas por diferentes ordens (por colunas) se compararmos o
lado direito com o lado esquerdo do suporte de teclas.
Isto deve-se ao facto de caso as guias EGSL seguissem a mesma ordem de manipulação das
colunas de teclas, ao chegarem ambas à terceira coluna não iria ser possível devido ao choque entre
os cilindros que as guias EGSL esquerda e direita transportam.
Deste modo teve que se arranjar uma alternativa para evitar este problema, sendo que a solução
passou por alternar a sequência de manipulação das teclas por parte do avanço das guias EGSL, como
a Tabela 7 demonstra.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
63
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 7 - Sequência de trabalho das guias lineares EGSL
EGSL Esq.
EGSL Dir.
1º Front
1ª Coluna
3ª Coluna
2º Front
2ª Coluna
2ª Coluna
3º Front
3ª Coluna
1ª Coluna
Imagem
Deste modo cada guia EGSL irá ter quatro posições definidas, sendo três delas para posicionar
corretamente os cilindros no suporte de teclas e outra posição que tem como referência a posição de
inserção das teclas no front. Para uma correta definição e clareza de nomenclatura Figura 61
apresenta as possíveis codificações para indicar qual a posição da guia linear e a sua posição.
Figura 61 - Codificação do posicionamento das guias EGSL
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
64
Cap.6 Projeto Detalhado
As figuras que se seguem apresentam as diversas posições que as guias lineares EGSL podem
apresentar. Na Figura 62 está representada a posição de origem das guias EGSL, sendo esta posição a
de inserção das teclas no painel frontal. A codificação para este caso seria EGSL_E_0 e EGSL_D_0.
Figura 62 - Posição 0 das guias EGSL
Figura 63 - Posicionamento das guias EGSL para o primeiro painel frontal de um total de três
Para a configuração representada na Figura 63, a codificação usada seria, EGSL_E_1
e EGSL_D_3.
Figura 64 - Posicionamento das guias EGSL para o segundo painel frontal de um total de três
Na Figura 64 a codificação para este caso seria EGSL_E_2 e EGSL_D_2.
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65
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 65 - Posicionamento das guias EGSL para o terceiro painel frontal de um total de três
Na Figura 65 a codificação seria EGSL_E_3 e EGSL_D_1. Quando o ciclo atinge esta situação o
conveyor do suporte de teclas entra em rotação para que chegue um novo suporte com teclas para
mais três fronts.
Quanto às guias EGC, estas vão ter 3 posições definidas. Na primeira posição (Figura 67) coloca
todo o conjunto apto a pegar nas teclas, na segunda posição coloca o conjunto pronto para inserir três
teclas de cada lado em simultâneo, e por fim a posição três para colocar a ultima tecla.
Figura 66 - Codificação do posicionamento das guias EGC
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
66
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 67 - Posição inicial para as guias EGC
A codificação para este posicionamento seria EGC_E_0 e EGC_D_0. Com este posicionamento
por parte da guia EGC a guia EGSL tem condições para se posicionar para iniciar a manipulação das
teclas.
Figura 68 - Posição 1 das Guias EGC
Na posição 1 (Figura 68) das guias EGC, o sistema de manipulação das teclas insere em
simultâneo três teclas de cada lado, restando inserir duas teclas, uma para cada lado. A codificação
para a posição representada na Figura 68 seria EGC_E_1 e EGC_D_1.
Figura 69 - Posição 2 das Guias EGC
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
67
Cap.6 Projeto Detalhado
Na posição 2, as guias EGC deslocam-se de maneira a inserir a tecla que falta em cada um
dos lados, como a Figura 69 ilustra. Posto isto, o ciclo de trabalho generalizado é o seguinte:
 Inserção do painel frontal e do suporte de teclas nos respetivos conveyor’s;
 Avanço dos conveyor’s até à posição de inserção das teclas no front;
 Posicionamento das guias EGSL e EGC para a colocação dos cilindros pneumáticos na posição
em que ainda existem teclas;
 Avanço dos 8 cilindros pneumáticos responsáveis por efetuar a manipulação das teclas;
 Após umas frações de segundo para se efetuar o vácuo, os cilindros recuam para retirar as
teclas do suporte de teclas e estarem numa posição em que não haja toques e provocar a queda da
tecla;
 Recuo das guias EGSL para a posição 0 para inserir as teclas no front;
 As guias EGC deslocam-se para a posição 1 de modo a posicionar 6 cilindros pneumáticos
para inserir 6 teclas em simultâneo (3 teclas de cada lado);
 Avanço de 6 cilindros pneumáticos (Lado esquerdo: 1, 3 e 4; Lado direito: 5, 7 e 8) para a
inserção em simultâneo de três teclas em cada um dos lados do front;
 Recuo dos 6 cilindros;
 Avanço das guias EGC para a posição 2, para posicionar os cilindros 2 e 4 que têm as últimas
duas teclas;
 Avanço dos cilindros 2 e 4;
 Recuo dos cilindros 2 e 4;
No fim destas etapas o sistema reinicia para as origens de posicionamento estabelecidas e o
conveyor do front avança para que este siga para o estágio de teste de teclas e dê entrada no estágio
de inserção de teclas um novo painel frontal.
Figura 70 - Estágio de teste de teclas
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68
Cap.6 Projeto Detalhado
6.1.6.TEMPO DE CICLO DA INSERÇÃO DE TECLAS
Para o cálculo do tempo de ciclo da inserção de teclas tem que se ter em conta os seguintes
fatores:
 Velocidade e aceleração dos Servo Motores;
 Passo do fuso das guias;
 Cargas a que as guias lineares estão sujeitas;
 Distância entre as teclas no suporte e as calhas no painel frontal;
 Tempos de avanço e de recuo dos cilindros pneumáticos;
 Velocidade dos Conveyor’s de alimentação do dispositivo com fronts e suportes de teclas;
Todos estes parâmetros têm influência no valor final do tempo de ciclo, e como a maioria dos
atuadores são elétricos o valor será praticamente igual ao real, uma vez que em atuadores elétricos
não existem flutuações de tensão ou amperagem que afetaria o rendimento dos atuadores, como
acontece com atuadores pneumáticos em que os tempos de ciclo podem ser influenciados pelas
flutuações de pressão na rede.
Para o cálculo dos tempos de trabalho de cada uma das guias lineares usou-se o programa Festo
Positioning Drives, fornecido pela Festo, que permite confirmar se as guias selecionadas aguentam
com os esforços a que estão sujeitas, mas também criar perfis de velocidade, aceleração em função do
tempo e do deslocamento e deste modo saber qual o tempo que uma determinada guia linear demora
a atingir determinadas distâncias.
 Cilindro Pneumático
Para o cálculo da velocidade dos cilindros pneumáticos recorreu-se à informação contida nos
catálogos do respetivo produto. Para calcular a velocidade recorreu-se à equação 4.
V perm 
2  E perm
mdead  mload
(4)
V perm  Velocidade de impacto do cilindro [m/s];
mdead  Massa da haste [0,07 Kg];
mload  0,06 Kg [Massa a deslocar pelo cilindro];
E perm  0,1 J [Energia de impacto a 6 bar].
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69
Cap.6 Projeto Detalhado
Nas variáveis acima descritas apenas a massa da haste e a energia de impacto do cilindro são
fornecidas pela Festo. A massa a deslocar pelo cilindro será o somatório da massa da ventosa, do
acessório de vácuo e da tecla quando esta já estiver em fase de manipulação.
V perm  1,25 m s
Como o cilindro tem 80mm de curso resta agora calcular o tempo que demora a percorrer o seu
curso, para o avanço e posteriormente o seu recuo.
t
0,08
 2  t  0,13s
1,25
O tempo que demora a percorrer a ida e volta é de 0,13s, no entanto, isto apenas é uma
previsão uma vez que a rede de ar comprimido pode não garantir a todo o instante os 6 bar na linha e
como tal alterar ligeiramente o tempo. Outra incerteza é o tempo que o cilindro irá ter de esperar que o
vácuo seja efetuado para agarrar/largar a tecla, sendo este tempo difícil de prever, de tal modo que
teria que se recorrer a testes práticos para se poder ter uma noção do tempo que iria gastar. Como tal,
para esta incerteza adiciona-se cerca de 0,5 segundos ao tempo que demora a percorrer os 80mm,
ficando um tempo total de 0,63s para o cilindro avançar, recuar e ainda dar tempo para garantir o
vácuo na peça.
 Guia EGC
Para o cálculo da velocidade da guia EGC durante um ciclo recorreu-se novamente ao programa
Festo Positioning Drives. Como as guias EGC têm várias posições, teve que se calcular as velocidades
entre cada uma das posições definidas. Para saber as distâncias entre os pontos de referência para as
guias EGC recorreu-se à informação já apresentada no subcapítulo 6.1.1, como a Tabela 8 indica.
Tabela 8 - Distância entre os set-points e a origem da guia linear EGC
Posição
Distância em relação à origem [mm]
0
0mm
1
146,61
2
(146,61+15,80) = 162,41
Na prática como os encoders dos motores utilizados são absolutos, a programação destes é feita
com distâncias sempre em relação à origem, que é a posição zero definida, ou seja, a guia apenas se
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70
Cap.6 Projeto Detalhado
desloca 15,80 mm para atingir a posição 2, mas internamente na programação do motor só lhe
interessa a distância da posição 2 em relação à origem.
Para o cálculo das velocidades teve que se inserir a carga que está aplicada na guia (3,54 Kg)
(quanto maior for a carga na guia maior a dificuldade do servomotor em movimentar toda a carga, o
arranjo das cargas na guia como foi apresentado no capítulo 6.1.3 e as características do servomotor).
O Gráfico 1 apresenta a velocidade em função do tempo e da distância que se pretende atingir. Pela
análise do gráfico conclui-se que o servomotor consegue mover e posicionar todo o conjunto para
inserir três teclas em 0,33 segundos.
Gráfico 1 - Perfil da velocidade/aceleração em função do tempo e distância para atingir a posição 1
Para atingir a posição 2, o motor demora 0,07 segundos como o Gráfico 2 demonstra. Esta etapa
pode ser crítica para a durabilidade do motor e da própria guia, visto que este não tem tempo para
vencer toda a inércia do conjunto e já atingiu a posição desejada, dai que seria vantajoso usar uma
aceleração mais reduzida para atingir a posição 2, tornando o movimento mais suave. No entanto, o
programa não deixa modificar as propriedades do motor para além do máximo das suas propriedades,
porém quando se passar para a programação reduz-se ligeiramente a sua aceleração o que aumenta o
tempo embora seja desprezável dada a rapidez do processo.
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71
Cap.6 Projeto Detalhado
Gráfico 2 - Perfil da velocidade em função do tempo e distância para atingir a posição 2
Resta agora saber qual o tempo que demora ao sistema a voltar à origem, ou seja, qual o tempo
que demora a percorrer a distância que vai desde a posição 2 até à origem, que é 0,36 segundos.
Gráfico 3 - Perfil da velocidade em função do tempo e distância para atingir a origem da guia
Tabela 9 - Tempos entre pontos de referência
Posição
Tempo [s]
0
Origem da guia linear
0-1
0,33
1-2
0,07
2-0
0,4
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72
Cap.6 Projeto Detalhado
 Guia EGSL
As guias EGSL têm quatro posições bem definidas como já foi referido em 6.1.5. A Tabela 10
apresenta as distâncias entre os vários pontos de referência.
Tabela 10 - Distância entre os set-points e a origem da guia linear EGSL
Posição
Distância em relação à origem [mm]
0
0
1
7,05
2
37,65
3
68,25
No caso das guias EGSL esta inicia todos os movimentos desde a posição 0, e quando se inicia a
manipulação das teclas o movimento seja, para a guia do lado esquerdo, por exemplo 0-2-0, sendo a
posição alvo no suporte de teclas dependente do preenchimento de teclas no mesmo.
Para o cálculo das velocidades entre os pontos de referência recorreu-se uma vez mais ao
programa Festo PositioningDrives. Tal como para a guia EGC, para a guia EGSL teve que se introduzir o
arranjo das cargas, visto que este fator influência a capacidade do servomotor associado à guia linear.
Para que este capítulo não fique muito extenso não vão ser apresentados os gráficos para todas as
posições alvo, sendo apresentados os resultados em forma de tabela, como a Tabela 11 apresenta.
Tabela 11 - Resultados de velocidades, acelerações e tempos para as guias EGSL
Posição
Velocidade [m/s]
Aceleração [m/s2]
Tempo [s]
0-1
0,36
25
0,04
0-2
0,76
25
0,09
0-3
0,76
25
0,13
 Conveyor do front e do suporte de teclas
Para o cálculo da velocidade de ambos os conveyors, este já é dado através da velocidade nominal
dos mesmos, que segundo o forncedor é de 0,3 m/s. Pela modelação 3D feita, a distância entre o
inicio do conveyor e a zona de paragem para a inserção das teclas é de 848mm (0,848m).
Como para o estágio da Inserção de teclas a distância entre o inicio e a paragem é o mesma, a
velocidade vai ser igual para ambos, sendo que para o cálculo do tempo de ciclo apenas se
contabilizará um dos tempos por chegarem ao mesmo tempo.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
73
Cap.6 Projeto Detalhado
Como tal, o tempo que demora a percorrer 848mm é de cerca de 2,8 segundos.
 Tempo de ciclo para inserir teclas num painel frontal
Para a previsão do tempo de ciclo de inserção de teclas num front tem que se definir alguns
passos importantes nomeadamente a posição inicial das guias. Deste modo as guias antes de
começarem a manipular as teclas estão nas seguintes posições:
 EGC_E_0;
 EGC_D_0;
 EGSL_E_0;
 EGSL_D_0.
O primeiro passo será mover as guias EGSL para as posições EGSL_E_1 e EGSL_D_3. Os tempos
apresentados vão ter que ser dobrados devido à necessidade de retornar as guias para a posição 0,
uma vez que é nessa posição que as teclas estão alinhadas com as calhas do front para serem
inseridas. Ao tempo de movimentação das guias EGSL tem que se acrescentar o tempo dos cilindros
pneumáticos para avançarem, pararem no fim de curso para dar tempo de se efetuar o vácuo nas
teclas, sendo que esta operação por parte dos cilindros demora 0,63s.
Tabela 12 - Tempos para a guia EGSL
Posição Atual
Posição desejada
Tempo [s]
EGSL_E_0
EGSL_E_1
0,04x2
EGSL_D_0
EGSL_D_3
0,13x2
Total: 0,34+0,63=1
A Figura 71 apresenta as posições EGSL_E_0 e EGSL_D_0 e também as posições EGSL_E_1
e EGSL_D_3.
Figura 71 - Posições das guias EGSL para o primeiro passo
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
74
Cap.6 Projeto Detalhado
Com as guias EGSL recuadas para a posição 0, as guias EGC avançam para a posição 1 (Inserção
de 3 três teclas de cada lado em simultâneo). O tempo que as guias EGC demoram para atingir a
posição 1 é de 0,34s. Ao chegar à posição 1 tem que se acrescentar o tempo de avanço e recuo dos
cilindros, que é de 0,63s.
Figura 72 - Guias EGC na posição 1 e EGSL na posição 0
Tabela 13 - Tempos para inserir 3 teclas em simultâneo
Posição Atual
Posição desejada
Tempo [s]
EGC_E_0
EGC_E_1
0,34
EGC_D_0
EGC_D_1
0,34
DZF_0
DZF_1 e tornar a DZF_0
0,63
Total: 1,3
Resta agora inserir uma tecla, sendo que para isso é necessário mover as guias EGC para a
posição 2. Ao atingir esta posição os cilindros avançam novamente para inserirem as teclas como a
Figura 73 demonstra.
Figura 73 - Guias EGC na posição 2 e EGSL na posição 0
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
75
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 14 – Tempos para inserir as últimas teclas
Posição Atual
Posição desejada
Tempo [s]
EGC_E_1
EGC_E_2
0,07
EGC_D_1
EGC_D_2
0,07
DZF_0
DZF_1 e tornar a DZF_0
0,63
Total: 0,77
Inseridas todas as teclas e ainda com as guias EGC na posição 2 e as guias EGSL na posição
0, as guias reposicionam-se para reiniciar o processo enquanto o conveyor do front avança para fazer
chegar um novo painel frontal, daí que este tempo não seja contabilizado para o ciclo. A Tabela 15
apresenta o somatório dos tempos de todos os passos de uma forma sucinta.
Tabela 15 - Tabela resumo do tempo de ciclo para o estágio de inserção de teclas
Etapa
Descrição
Tempo [s]
Posicionar as guias EGSL no
suporte de teclas e efetuar a
Etapa 1
manipulação das teclas e
1
retornar para a posição 0
para inserir no front;
Posiciona as guias EGC na
Etapa 2
posição 1 e insere 3 teclas
em simultâneo em cada um
1,3
dos lados;
Posiciona as guias EGC na
Etapa 3
posição 2 e insere 1 tecla em
simultâneo em cada um dos
0,77
lados;
Total: 3
Em suma, três segundos é um tempo bastante ambicioso para a inserção das teclas, embora
os cálculos tenham sido feitos com base no máximo das propriedades do Servomotores. No entanto,
temos um tempo mínimo dos três segundos, e se este tempo for muito mais curto que o de teste de
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
76
Cap.6 Projeto Detalhado
teclas, na programação da máquina utilizar-se-ia uma aceleração e velocidade mais baixa, uma vez que
o estágio de teste de teclas não consegue competir com os três segundos da inserção de teclas.
Para garantir que todas as teclas foram inseridas no painel frontal existe no estágio de inserção
de teclas uma camara que deteta se todas as teclas foram colocadas. Caso haja uma ou mais teclas
que por algum motivo não tenham sido inseridas o tapete de transporte do front avança até ao fim do
seu curso sem que seja feito o teste funcional às teclas.
Figura 74 - Camera de visão artificial da IFM [28]
Quando o painel frontal atinge o fim de curso do respetivo conveyor, este é retirado manualmente
por um operador que insere as teclas que estão em falta. Deste modo, para não estar a interromper o
funcionamento normal da máquina ao introduzir o front na máquina para efetuar apenas o teste
funcional das teclas, o operador faz um teste de qualidade, através de um teste denominado “teste por
gravidade”, que consiste em rodar o painel frontal fazendo as teclas deslizar das suas calhas. Se todas
as teclas descerem sem ação externa (para além da gravidade) a qualidade do funcionamento do front
está assegurado.
Este teste no passado era o único teste que se fazia para averiguar a conformidade do
funcionamento das teclas, sendo que era aprovado pelos clientes da Fehst Components, apenas mais
tarde houve a necessidade de automatizar o teste das teclas de maneira a conseguir libertar
funcionários e aumentar a produção, através da utilização dos SMAC’s.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
77
Cap.6 Projeto Detalhado
6.2. PROJETO DETALHADO PARA O TESTE DE TECLAS
Após estar completa a inserção das teclas, segue-se o teste à funcionalidade das teclas por parte
da atuação dos SMAC’s.
1
4
2
5
3
6
Figura 75 - Estágio de teste funcional de teclas; 1- Atuador responsável pelo posicionamento dos SMAC’s
(DFME-LAS); 2- SMAC’s; 3- Cilindro responsável pelo calcamento das teclas; 4- Cilindro pneumático; 5Servomotor; 6- Garra
6.2.1.MÓDULO DE ROTAÇÃO DO PAINEL FRONTAL
A principal diferença deste estágio para o do dispositivo atual é que neste, o teste é feito na
posição de utilização final. Como tal, foi necessário projetar soluções para inverter o posicionamento do
front, visto que este quando está no conveyor não se encontra na posição final de utilização. Deste
modo, utilizou-se uma garra pneumática acoplada a um cilindro pneumático para manipular a base do
painel frontal, estando o cilindro pneumático numa base solidária com um Servomotor para uma
rotação de 90º de todo o conjunto para a indexação da base do front numa parede vertical, como a
Figura 77 demonstra.
Figura 76 - Painel Frontal no conveyor na horizontal
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
78
Cap.6 Projeto Detalhado
Através da rotação dada à base do cilindro, e posteriormente com o avanço do cilindro a base é
indexada à parede permitindo assim um posicionamento idêntico ao do utilizador final como a Figura
77 indica.
Figura 77 - Front na posição de teste de teclas
6.2.2.
DIMENSIONAMENTO DO SERVO MOTOR RESPONSAVEL
PELA ROTAÇÃO DO CONJUNTO
Para o dimensionamento do Servo Motor responsavel pela rotação do conjunto que permite a
colocação do painel frontal na vertical, é necessário entrar com a massa dos seguintes componentes:
 Cilindro Pneumático (DSBF-C-40-200): 2Kg;
 Base de apoio do Cilindro: 1,1Kg;
 Garra Pneumática (HGCP-16-A): 0,24Kg;
 Base do Front: 1,9Kg;
Figura 78 - Conjunto a rodar pelo Servo Motor
Posto isto, a massa total deste conjunto resulta em cerca de 5,2Kg. Para o correto
dimensionamento, foi usado uma vez mais o programa Festo Positioning Drives. O caso mais critico
para o motor, é quando o cilindro se encontra totalmente recuado, fazendo com que exista em
desiquilibrio de forças em relação ao eixo do motor, devido ao comprimento do cilindro pneumático,
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
79
Cap.6 Projeto Detalhado
que tem uma massa de aproximadamente 2Kg. Como tal, o motor foi dimensiondo tendo em conta a
criticidade deste ponto, visto que tem de vencer bastante inércia (2Kg em 200mm). No entanto, o
motor apenas vai fazer a rotação do conjunto quando este está recuado, portanto a situação critica
para o motor é sempre na situação acima descrita sendo a restante massa desprezavél, tendo em
conta que está muito próxima do centro de rotação. O resultado do programa para os parâmetros
acima descritos está apresentado na Figura 79.
Figura 79 - Dimensionamento e escolha do Servo Motor responsável pela rotação do conjunto
Por indicação do programa, este indica que o Servo Motor por si só não consegue ter binário
suficiente para fazer rodar o conjunto. Para ser possível efetuar a rotação de todo o conjunto é
necessário ter acoplado ao motor um redutor, aumentando assim o binário total (Servo Motor +
Redutor). As principais caracteristicas do redutor selecionado são as seguintes:
 Nome: EMGA-80-P-G3-SAS-100;
 Relação de transmissão: 5:1;
 Binário: 110 Nm;
Quanto às propriedades do motor estas são apresentadas na Tabela 16.
Tabela 16 - Caracteristicas do Servo Motor EMMS-100
EMMS-100
Tensão Nominal [V DC]
360
Corrente Nominal [A]
3,8
Binário Nominal [N.m]
3,76
Velocidade Nominal [rpm]
3500
Inércia [Kg.cm2]
2,53
Encoder
Absoluto
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
80
Cap.6 Projeto Detalhado
6.2.3. DIMENSIONAMENTO
DO
CILINDRO
PNEUMÁTICO
RESPONSÁVEL PELA ROTAÇÃO DO FRONT
Para selecionar e dimensionar este cilindro pneumático recorreu-se à informação técnica que o
fornecedor disponibiliza acerca dos cilindros da familia DSBF. Como o curso que se pretende que o
cilindro tenha é de 200mm e a sua montagem é na horizontal pelo ábaco disponivel no catálogo é
possível fazer a seleção do cilindro.
Figura 80 - Ábaco de seleção do cilindro pneumático
Como a força a que o cilindro está sujeita é de 20 N aproximadamente (1,9Kg mais 0,24Kg) o
resultado para a seleção foi o cilindro DSBF-C-32, com uma haste de 32mm de diâmetro. No entanto,
para assegurar que o fim de um determinado numero de horas de trabalho a haste comece a ter um
comportamento de flecha optou-se pelo cilindro seguinte, com uma haste de diâmetro 40mm, ou seja
DSBF-C-40.
Figura 81 - Posição crítica para a flexão da haste
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
81
Cap.6 Projeto Detalhado
6.2.4.MÓDULO DE TESTE DE TECLAS
Antes de se iniciar o teste de teclas, é necessário colocar todas as teclas na mesma posição, para
que quando os SMAC’s iniciassem o teste, as teclas terem todas os mesmos set-points, visto que os
SMAC’s fazem as teclas percorrerem uma determinada distância em função de uma força predefinida
na programação destes.
O que foi feito, foi uma unidade de calcamento das teclas com recurso a um cilindro pneumático,
em que na sua haste tem uma barra com oito pernos, cada um com uma mola, para que quando o
cilindro atinge o fim do seu curso os pinos não avancem mais, evitando assim o risco de poder tirar as
teclas do front, como a Figura 82 demonstra.
Figura 82 - Unidade de calcamento de teclas
Outra solução que foi necessário analisar, foram os atuadores que permitem a subida e descida
dos SMAC’s, de modo a que quando o front fosse inserido na parede não ocorressem colisões. Outro
dos requisitos era que estes atuadores permitissem vários posicionamentos e não dois como os
atuadores pneumáticos apresentam, tendo assim estes terem de ser elétricos obrigatoriamente. A
solução passou por usar atuadores lineares da Festo, da família DFME-LAS, que tem um Servomotor
linear incorporado juntamente com um encoder.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
82
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 17 - Propriedades do atuador DFME-LAS
Propriedades do atuador DFME-LAS
Curso
200mm
Força Máxima
141N
Velocidade Máxima
3 m/s
Tipo de Motor
Servomotor linear
Potência
87W
Encoder:
Encoder relativo incremental
Figura 83 - Atuador DFME-LAS
Os atuadores DFME-LAS vão ter cerca de três posições cada um, estando para cada um deles a
descrição dos seus movimentos na Tabela 18. Na posição zero o atuador DFME-LAS coloca os SMAC’s
numa posição em que seja possível a inserção do front na parede vertical, enquanto na posição um e
dois, os SMAC’s fazem o teste às respetivas teclas, sendo que a sincronização entre os dois atuadores
teve de ser feita de maneira a que não haja choques entre o atuador superior e inferior.
Tabela 18 - Posicionamento dos atuadores DFME-LAS
Atuador
DFME-
Posição 0
Posição 1
Posição 2
LAS
DFMELAS
Superior
DFMELAS
Inferior
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
83
Cap.6 Projeto Detalhado
Para simplificar a nomenclatura, quando se chegar ao capítulo da automatização de toda a
máquina usou-se a codificação representada na Figura 84.
Figura 84 - Codificação do posicionamento das guias DFME
Como o estágio de inserção de teclas é bastante rápido (cerca de 3 segundos), houve a
necessidade de minimizar os tempos de ciclo do estágio de teste funcional de teclas, o que para tal,
teria que se utilizar o maior número possível de SMAC’s de maneira a reduzir o tempo total de ciclo da
máquina. Deste modo usou-se quatro SMAC’s, dividindo duas teclas para cada um, sendo que cada
par é movimentado na vertical por um atuador DFME-LAS, aumento assim a rapidez de
posicionamento dos SMAC’s.
Figura 85 - SMAC
A Tabela 19 apresenta as propriedades do SMAC a ser utilizado na máquina. Não houve grandes
pré-requisitos para a seleção deste atuador, uma vez que a força a ser exercida em função do curso
necessário é baixa e como tal o SMAC LAL15-015-5 encaixa perfeitamente nas necessidades.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
84
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 19 - Propriedades do SMAC LAL-015-5
LAL15-015-5
Tensão [V]
24
Tamanho [mm]
120x58x15
Curso [mm]
15
Força Máxima [N]
5
Corrente Máxima [A]
1.7
Máximo de massa a mover [Kg]
0.05
Peso [Kg]
0.23
Tendo em conta as propriedades do SMAC selecionado e as especificações que o cliente exige, as
variáveis de funcionamento para os SMAC’s estão apresentados na Tabela 20.
Tabela 20 - Variáveis de funcionamento dos SMAC's
Variáveis de funcionamento dos SMAC’s
Curso a obter das teclas
2,2mm
Força a exercer
25g = 0,25N
Velocidade
10 mm/s
Massa
500g
Quanto à codificação dos SMAC’s para a automação foi feita da maneira que se segue. Para a
codificação dos SMAC’s houve necessidade de distinguir o SMAC da esquerda e direita, divididos
também pela posição superior e inferior, tal como foi feito com os atuadores DFME. A Figura 86 mostra
o posicionamento dos SMAC’s para a divisão de SMAC’s esquerdos/direitos com superiores e
inferiores.
Figura 86 - Posicionamento dos SMAC's em função dos atuadores DFME
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
85
Cap.6 Projeto Detalhado
Figura 87 - Codificação do posicionamento dos SMAC
6.2.5.CONFORMIDADE DO FRONT
A conformidade de um painel frontal é dada caso não haja nenhuma tecla que exceda a força
prevista (0,25N) para um deslocamento de 2,22mm, para os quais os SMAC’s estão programáveis.
Caso haja alguma tecla que não cumpra com os requisitos definidos, o painel frontal é imediatamente
rejeitado. A causa da rejeição de um front pode ter inúmeras origens tal como já enunciado no capítulo
5.2.3. Como a manipulação do front à saída da máquina não vai ser caso de estudo e podendo existir
duas opções, um operário a fazer a transferência para a máquina seguinte e também retirar o produto
da linha caso haja necessidade, ou um sistema automatizado que faça estas duas funções. Como não
irá ser especificado o método de transporte do front e como consequência o caminho que este irá
seguir apenas se usou duas lâmpadas para indicar o estado de conformidade do painel frontal, uma
verde para indicar que está conforme e uma vermelha para indicar que está em não conformidade.
Figura 88 - Baliza sinalizadora
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
86
Cap.6 Projeto Detalhado
6.2.6.TEMPO DE CICLO PARA O TESTE DE TECLAS
Para o cálculo do tempo de ciclo do teste de teclas tem que se ter em conta os seguintes fatores:
 Velocidade do cilindro pneumático que efetua a rotação do front;
 Velocidade da garra pneumática;
 Velocidade e aceleração do Servo Motor;
 Velocidade do cilindro pneumático responsável pelo calcamento das teclas;
 Velocidade e aceleração dos atuadores DFME;
 Velocidade e aceleração dos SMAC’s.
Todos estes parâmetros têm influência no valor final do tempo de ciclo de teste de teclas. Para o
cálculo dos tempos de trabalho do Servo Motor e dos atuadores DFME recorreu-se novamente ao
programa Festo Positioning Drives.
 Cilindro Pneumático que efetua a rotação do front
Para o cálculo da velocidade deste cilindro pneumático recorreu-se à informação contida nos
catálogos do respetivo produto. Para calcular a velocidade recorreu-se à equação 4.
V perm  Velocidade de impacto do cilindro;
mdead  Massa da haste [0,8Kg];
mload  2Kg [Massa a deslocar pelo cilindro];
E perm  0,35 J [Energia de impacto a 6 bar].
Nas variáveis acima descritas apenas a massa da haste e a energia de impacto do cilindro são
fornecidas pela Festo. A massa a deslocar pelo cilindro será o somatório da massa da ventosa, do
acessório de vácuo e da tecla quando esta já estiver em fase de manipulação.
Vperm  0,66 m s
Como o cilindro tem 200mm de curso resta agora calcular o tempo que demora a percorrer o seu
curso, para o avanço e posteriormente o seu recuo.
t
0,2
 2  t  0,6s
0,66
O tempo que demora a percorrer a ida e volta é de 0,6s, no entanto, isto apenas é uma previsão,
uma vez que a rede de ar comprimido pode não garantir a todo o instante os 6 bar na linha e como tal
alterar ligeiramente o tempo. Como este tempo é meramente teórico, e para ter algum coeficiente de
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
87
Cap.6 Projeto Detalhado
segurança neste tempo adiciona-se cerca de 0,5, resultando num tempo total de 1,1s para este o
cilindro avançar e recuar.
 Garra pneumática
Para o cálculo da velocidade da garra pneumática aplicada no cilindro teria que se saber à
semelhança dos cilindros a massa das mandibulas e a energia de impacto, no entanto, o fabricante
não fornece estes dados, o que impossibilita o cálculo da velocidade para este atuador. Porém é
verídico afirmar que o tempo de abertura e fecho vai ser menor que o tempo dos cilindros que estão
associados às ventosas, sendo que o tempo de ciclo para estes cilindros é de 0,13s com um curso de
80mm, o que poderemos concluir que o tempo de ciclo para as garras será menor.
 Servo Motor
Para se calcular o tempo de rotação de 90º por parte do motor para posicionar todo o conjunto na
parede vertical, foi necessário optimizar a aceleração de modo a que não seja demasiado rápido e
desta forma assegurar que o front saia da sua base, e a propria base saia do acoplamento da garra. O
perfil de velocidade/aceleração/posição alcançado no Festo Positioning Drives está representado na
Figura 89.
Figura 89 - Perfil de velocidade/aceleração/posição
Pelo gráfico dado pelo programa este indica que o motor, consegue fazer a rotação do conjunto
em aproximadamente 1,3 segundos. Este valor só é conseguido devido à redução da velocidade
nominal de 3600 rpm para 82 rpm, reduzindo consequentemente a aceleração e desaceleração para
450 rpm/s. Este tempo seria suficiente para garantir a estabilidade do conjunto, associado a um
tempo de suavização (tempo de paragem) de aproximadamente 1 segundo. Com esta nova
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
88
Cap.6 Projeto Detalhado
configuração da velocidade e aceleração é possível diminuir os esforços no Servo Motor, uma vez que
usando as propriedades máximas do mesmo, este ficaria com uma sobrecarga de 95% do máximo
aceitavel (Figura 79) e assim apenas se usa 20% das capacidades como a Figura 90 demonstra.
Figura 90 - Esforços no EMMS-100-S
 Cilindro pneumático que efetua o calcamento das teclas
Para o cálculo da velocidade deste cilindro pneumático recorreu-se novamente à informação
contida nos catálogos do respetivo produto. Para calcular a velocidade recorreu-se novamente à
equação 4.
V perm  Velocidade de impacto do cilindro;
mdead  Massa da haste [0,14Kg];
mload  0,652Kg [Massa a deslocar pelo cilindro];
E perm  0,4 J [Energia de impacto a 6 bar].
Vperm  3 m s
Como o cilindro tem 50mm de curso resta agora calcular o tempo que demora a percorrer o seu
curso, para o avanço e posteriormente o seu recuo.
t
0,05
 2  t  0,3s
3
O tempo que demora a percorrer a ida e volta é de 0,3s, no entanto, este tempo é demasiado
curto daquilo que poderá ser praticado na realidade. Como tal, a solução seria na prática utilizar um
regulador de pressão para que a pressão fosse menor que 6 bar e desta forma diminuir a energia de
impacto. Convém salientar que o fabricante apenas disponibiliza a energia de impacto para 6 bar, dai
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
89
Cap.6 Projeto Detalhado
que seja dificil prever qual o tempo que demoraria para uma pressão menor uma vez que o fabricante
não disponibiliza dados para efetuar o cálculo.
Contudo, o tempo para calcular o tempo de ciclo total utilizado será o valor que resultou dos
cálculos acima apresentados.
 Atuadores DFME
Para efetuar o cálculo dos tempos para os atuadores DFME é necessário separar os atudores
por superior e inferior e as suas respetivas posições, como foi explicado em 6.2.4. A Tabela 21
apresenta sucintamente as posiçoes que os atuadores têm de atingir com a descrição quantitativa dos
movimentos.
Tabela 21 - Tabela para as codificações / deslocamento para atuadores DFME
Posição Inicial
Posição Final
Deslocamento [mm]
DFME_S
DFME_S_0
DFME_S_1
118
DFME_S
DFME_S_1
DFME_S_2
44
DFME_I
DFME_I_0
DFME_I_1
11
DFME_I
DFME_I_1
DFME_I_2
31
Para o cálculo dos tempos para atingir as diversas posições foi novamente usado o programa
Festo Positioning Drives, no entanto, para não se tornar repetitivo, os resultados dos tempos são ser
apresentados na Tabela 22.
Tabela 22 - Tempos para os atuadores DFME
Posição Inicial
Posição Final
Tempo [s]
DFME_S
DFME_S_0
DFME_S_1
0,8
DFME_S
DFME_S_1
DFME_S_2
0,45
DFME_I
DFME_I_0
DFME_I_1
0,75
DFME_I
DFME_I_1
DFME_I_2
0,4
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
90
Cap.6 Projeto Detalhado
Estes tempos foram obtidos com recurso às propriedades máximas dos atuadores, uma vez que
não ha criticidade na movimentação dos mesmos.
 SMAC
Para calcular os tempos de análise de teste da qualidade das teclas tem que se ter em conta a
distância a que os apontadores dos SMAC estão da superficie das teclas, acrescentando ainda os
2,2mm que as teclas têm que percorrer desde o seu ponto zero, para que o produto esteja conforme
as especificações.
A distância percorrida pelos SMAC está apresentada na Tabela 23, juntamente com a velocidade
para as respetivas posições.
Tabela 23 - Distâncias percorridas pelos SMAC's
DFME_1 [mm]
Velocidade [m/s]
DFME_2 [mm]
Velocidade [m/s]
SMAC_S_E
5
5
6,90
6,90
SMAC_S_D
5
5
6,90
6,90
SMAC_I_E
6,7
6,7
6,84
6,84
SMAC_I_D
6,7
6,7
6,84
6,84
Os tempos para os SMAC’s estão representados na Tabela 24, sendo que estes tempos
representam apenas meio ciclo (Ida por exemplo), como tal ida e volta será o dobro do cálculado.
Tabela 24 - Tempos de atuação para os SMAC's
DFME_1 [mm]
Tempo
DFME_2 [mm]
Tempo
SMAC_S_E
5
0,5s x 2
6,90
0,7s x 2
SMAC_S_D
5
0,5s x 2
6,90
0,7s x 2
SMAC_I_E
6,7
0,7s x 2
6,84
0,7s x 2
SMAC_I_D
6,7
0,7s x 2
6,84
0,7s x 2
 Tempo de ciclo para o estágio de teste funcional das teclas
Resta agora fazer um somatório dos tempos de cada um dos atuadores, seguindo a sequência de
atuação, como a Tabela 25 apresenta.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
91
Cap.6 Projeto Detalhado
Tabela 25 - Sequência e tempo total para o Estágio de teste de teclas
Atuador
Tempo [s]
Avanço Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Fecho Garra HGPC-16
<0,13
Recuo Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Servo Motor
1,3
Avanço Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Abertura da Garra HGPC-16
<0,13
Recuo Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Ciclo Cilindro de Calcamento
0,6
DFME
0,8
SMAC
0,7
DFME
0,45
Avanço Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Fecho Garra HGPC-16
<0,13
Recuo Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Servo Motor
1,3
Avanço Cil. Pneumático DSBF-50
1,1
Abertura da Garra HGPC-16
<0,13
Total
<13,77
O tempo total para o estágio de teste de teclas será de aproximadamente 14 segundos. As
etapas que acrescentam mais tempo neste estágio são sem dúvida a rotação e colocação do front na
parede, o que faz com que neste estágio o tempo de ciclo seja muito mais longo comparando com o
estágio de inserção de teclas.
6.3. Tempo total de ciclo
O tempo total do ciclo de todo o dispositivo é de aproximadamente 17 segundos o que resulta
numa redução do tempo de ciclo para menos de metade em relação ao equipamento existente, o que
é bastante positivo e lucrativo para a empresa. Nestes 17 segundos é efetuada a inserção de teclas em
dois paineis frontais e é efetuado o teste de teclas num front, enquanto que no existente em 38
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
92
Cap.6 Projeto Detalhado
segundos é efetuado o teste de qualidade num painel frontal e feita a inserção de teclas manualmente
num outro para a seguir testar imediatamente o estado das teclas.
6.4. ASPETOS SALIENTADOS NO CAPÍTULO 6
Com a análise detalhada aos principais atuadores conclui-se que estes são atuados
eletronicamente ou por ar comprimido.
Os atuadores elétricos, à excepção dos SMAC’s são todos movimentados por fusos, acionados por
Servo Motores, o que permite atingir elevadas exatidões de posicionamento.
Com os atuadores selecionados foi possível atingir um tempo de ciclo total de 17 segundos.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
93
Cap.6 Projeto Detalhado
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
94
Cap.7 Automação da Máquina
CAPÍTULO 7
7. AUTOMAÇÃO DA MÁQUINA
Para efetuar a validação da sequência das etapas
definidas no projeto, de cada atuador elaborou-se SFC
[6] no Automation Studio [8] segundo a Norma IEC
61131-3. Nos SFC desenvolvidos elaborou-se um
estudo acerca da paragem de emergência com as
vantagens e desvantagens de cada uma das hipóteses
de se obter a paragem.
Após a conclusão dos SFC, estes foram
convertidos para equações algébricas de maneira a
permitir programaçao em Linguagem Ladder [12] para
programar no TIA Portal V11 [29] o autómato
selecionado.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
95
Cap.7 Automação da Máquina
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
96
Cap.7 Automação da Máquina
7.1. INTERFACE HOMEM-MÁQUINA
Todas as máquinas necessitam segundo a diretiva máquinas de comandos que permitam a um
determinado utilizador iniciar, interromper o funcionamento normal caso algo não esteja a funcionar
dentro da normalidade. Para isso foi colocado numa posição estratégica comandos capazes de iniciar,
pausar e parar completamente a máquina.
Para iniciar o funcionamento normal utilizou-se uma botoneira preta, ZB5AC2, da Scheneider [30]
para dar ordem de inicialização a toda a máquina em que o seu modo de funcionamento é
normalmente aberto através da atuação de uma mola.
Figura 91 - Botoneira ZB5AC2 [30]
Para parar a produção normal do dispositivo, após efetuar um conjunto de operações, utilizou-se
um botão STOP, o ZB5AW343 da Schneider para interromper o funcionamento da mesma, com
contactos normalmente abertos. [30]
Figura 92 - Botoneira ZB5AW343 [30]
Para a interrupção da máquina em casos de emergência utilizou-se a botoneira XALK178F, em
que o modo de funcionamento de operar é através de contactos normalmente fechados.
Figura 93 - Botoneira XALK178F [30]
Para uma interface mais gráfica e mais detalhada em termos de menus de funcionamento foi
selecionada uma consola de interface da Siemens, a consola KTP400 Comfort [31]. As propriedades
da consola KTP400 Comfort estão apresentadas na Tabela 26.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
97
Cap.7 Automação da Máquina
Tabela 26 - Propriedades da consola KTP400 Comfort [31]
Propriedades
KTP 400 Comfort
Ecrã
4.3 Polegadas
Resolução
480x272 Píxeis
Elementos de Contolo
Ecrã Táctil, com 4 botões funcionais
1 x RJ 45 Ethernet para Profinet
Interfaces
1 x RS 485/422 para Profibus
1 x USB-host, 1 x USB-Device
2 x SD
7.2. SEQUÊNCIA DE TRABALHO
A sequência de trabalho para o dispositivo para o funcionamento normal em produçao é de um
modo sucinto como a Figura 94 apresenta. Para a elaboração dos SFC que traduzem a sequência
idealizada aquando da realização do projeto mecânico conceptual, teve que se ter em conta a
sequência de etapas mais rápidas possiveis de maneira a ter o menor tempo de ciclo.
Figura 94 - Esquema de funcionamento da Máquina
Após o botão start ser acionado (Início) a sequência evolui para o modo de preparação de
funcionamento, posicionando os atuadores nas posições que permitam o começo da produção normal
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
98
Cap.7 Automação da Máquina
no menor tempo possível. Após todos os atuadores estarem posicionados é dada a ordem dos
conveyors avançarem e introduzirem teclas e um painel frontal. Após o suporte de teclas e o painel
frontal estarem posicionados existem condições para se iniciar a inserção de teclas. Quando a inserção
de teclas é concluída o conveyor evolui até ao estágio de teste de teclas onde se faz o teste funcional
às mesmas. Ao mesmo tempo que estão a ser testadas as teclas, estão a ser inseridas teclas num
painel frontal que foi introduzido, sendo que o ciclo se repete até ser dada ordem de paragem.
Tendo em conta o esquema de funcionamento e a descrição efetuada, que para a elaboração dos
SFC existem quatro grupos principais, um ciclo de preparação (Colocação de todos os atuadores na
posição inicial), ciclo de funcionamento normal (Avanço dos conveyor’s, Inserção e Teste de teclas) e
caso seja necessário ciclos de paragem.
7.2.1.SFC ELABORADOS NO AUTOMATION STUDIO (IEC 61131-3)
Para a elaboração e validação dos SFC utilizou-se o Automation Studio, em que os SFC dividem-se
em quatro principais grupos, ciclo de preparação (Colocação de todos os atuadores na posição inicial),
ciclo de funcionamento normal (Avanço dos conveyor’s, Inserção e Teste de teclas) e caso seja
necessário ciclos de paragem.
Para a elaboração dos SFC do ciclo de preparação após o botão de start ser atuado, teve-se em
conta os seguintes fatores sendo com estes pressupostos que a máquina deve iniciar a produção
normal:
 Todos os Atuadores devem ser avançados ou recuados para a sua posição inicial previamente
definido no projeto mecânico;
 Não devem existir peças no interior da Máquina.
O Módulo de preparação é constituido por quatro SFC, sendo que todos eles são interligados de
forma sequêncial. A principal razão para haver um largo número de SFC é que desta forma conseguese controlar mais facilmente cada operação a que cada SFC é destinado. A lista a seguir apresenta o
nome dado aos SFC bem como a explicação do que cada um efetua.
Para facilitar a compreensão dos SFC elaborados a Tabela 27 e a
Tabela 28 apresentam as entradas e saídas dos atuadores que constituem o dispositivo desenvolvido.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
99
Cap.7 Automação da Máquina
Tabela 27 - Entradas e Saídas dos Atuadores Pneumáticos
Atuador
Sensores de Posição Inicial
Sensores de Posição Final
Cilindro A
A1 até A8
a1_0; a2_0; a3_0; a4_0; a5_0;
a6_0; a7_0; a8_0
a1_1; a2_1; a3_1; a4_1; a5_1;
a6_1; a7_1; a8_1;
Conjunto de 8 atuadores responsáveis por
efetuar a manipulação das teclas.
Ex: Sensor a1_0 ativo (Cilindro A1 recuado)
Ex: Sensor a1_1 ativo (Cilindro A1 avançado).
Estado representado na Figura.
Cilindro B
b0
b1
Cilindro B responsável por efetuar a colocação
do painel frontal num plano vertical.
Ex: Sensor b_0 ativo (Cilindro B recuado)
Ex: Sensor b_1 ativo(Cilindro B avançado). Estado
representado na Figura.
Garra
g0
g1
Garra responsável por manipular a base onde
está colocado o painel frontal.
Ex: Sensor g_0 ativo (Garra recuada)
Ex: Sensor g_1 ativo (Garra avançada). Estado
representado
Cilindro D
d0
d1
Cilindro responsável por efetuar o calcamento
das teclas no estágio de inserção de teclas.
Ex: Sensor d_0 ativado (Cilindro recuado).
Estado representado
Ex: Sensor d_1 ativado (Cilindro avançado)
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
100
Cap.7 Automação da Máquina
Tabela 28 - Entradas e Saídas dos Atuadores elétricos
Atuador
Sensor de Posição Inicial
Sensores das Posições Intermédias
Guia Linear
EGSL
egsl_e/d_0
egsl_e/d_1; egsl_e/d_2; egsl_e/d_3;
Guias Lineares responsáveis pelos movimentos
longitudinais.
Ex: Sensor egsl_d_0 ativado(Guia recuada);
Ex: Sensor egsl_d_1 ativado (Pos. intermédia 1)
Estado representado;
Guia Linear
EGC
Ex: Sensor egsl_d_2 ativado (Pos. intermédia 2);
egc_e/d_1
egc_e/d_1; egc_e/d_2; egc_e/d_3;
Guias Lineares responsáveis por movimentos
longitudinais na inserção das teclas.
Ex: Sensor egc_d_0 ativado (Guia recuada);
Ex: Sensor egc_d_1 ativado (Posição
intermédia 1);
Ex: Sensor egc_d_2 ativado(Posição
Servo
Motor
m0
m1
Servo Motor responsável por efetuar a
rotação do painel frontal para colocação
num plano vertical.
Ex: Sensor m0 é ativado quando o motor coloca
o cilindro na vertical (Estado representado);
Ex: Sensor m1 é ativado quando o motor coloca
Atuador
DFME
s0/sc_0
s1/sl_1; s2/sl_2;
Conjunto de 2 Atuadores responsáveis pelo posicionamento
dos SMAC.
Ex: Sensor sc_0 ativado (Guia recuada) Estado representado;
Ex: Sensor sl_1 ativado(Posição intermédia 1);
Ex: Sensor sl__2 ativado(Guia avançada);
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
101
Cap.7 Automação da Máquina
 SFC1-F2-START/STOP: Neste SFC apenas está comtemplado o inicio e a paragem do
funcionamento do dispositivo;
Figura 95 - SFC2-F2-START/STOP
 SFC1-F2-PREPARACAO-INS. TECLAS: Neste SFC posiciona-se todos os atuadores do
estágio de inserção de teclas na posição inicial definida.
Figura 96 - Excerto do SFC que posiciona os atuadores do Estágio de Inserção de teclas
 SFC1-F2-TESTE TECLAS: Neste SFC posiciona-se todos os atuadores que pertencem ao
estágio de teste de teclas;
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
102
Cap.7 Automação da Máquina
Figura 97 - Excerto do SFC responsável pela preparação dos atuadores do Estágio de teste de teclas
 SFC2-F2-PREP-CONVEYORS: Neste SFC, após a garantia de que não existem peças no
interior da máquina, este introduz um front e um suporte de teclas.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
103
Cap.7 Automação da Máquina
Figura 98 - SFC de entrada de peças no interior da Máquina
Após todos estes SFC terem evoluído a máquina inicia a sua produção normal, em que para este
módulo existem dez SFC. A apresentação dos SFC para o módulo de produção normal será feita no
Anexo A. A lista que se segue apresenta a descrição individual sucinta do que cada SFC efetua.
 SFC1-F1-PEG-COL-TODAS-TECLAS: Neste SFC é feita apenas a manipulação das teclas
através de ventosas que estão no suporte de teclas.
 SFC2-F1_2-SFC-POSIC-GUIAS-1º(2º e 3º)-CICLO: Como foi dito em 6.1.5 as guias
lineares tem que se posionar em diferentes posições, para se conseguir inserir o maior numero de
teclas em simultâneo. Desde modo, o 1º ciclo é para posicionar as guias no suporte de teclas e os
restantes dois ciclos para inserir as teclas no front.
 SFC1-F1-PEG-COL-TECLAS-6-TECLAS: Após as Guias lineares estarem na devida posição
são inseridas 6 teclas em simultâneo no front.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
104
Cap.7 Automação da Máquina
 SFC2-F1_2-SFC-POSIC-GUIAS-2º-CICLO: Funcionamento igual ao SFC2-F1_2-SFC-POSICGUIAS-1º CICLO
 SFC1-F1-PEG-COL-TECLAS-2-TECLAS: Neste SFC são inseridas as duas ultimas teclas no
painel frontal e caso todas as teclas estejam inseridas, este tem ordem para seguir para o teste de
teclas.
 SFC2_F1_2_SFC_CONVEYOR_FRONT: Após todas as teclas terem sido inseridas o
conveyor avança o front para o estágio de teste de teclas e em simultâneo faz entrar um novo painel
frontal no estágio de inserção de teclas.
 SFC1_F1_TESTE_TECLAS: Neste SFC efetua-se a rotação do front para a parede vertical e
posteriormente realiza-se o teste funcional a todas as teclas. Após ter sido feito o teste, o painel frontal
é novamente colocado no conveyor para sair da máquina e o front que estava na inserção de teclas
deslocar-se-à para o teste de teclas.
 SFC2_F1_2_TAPETE_SUP_TECLAS: Após se ter efetuado a inserção de teclas em três
fronts, este SFC dá ordem para dar entrada a um novo suporte de teclas.

SFC2_F1_1_SFC_PRINCIPAL: Neste SFC faz-se a interligação de todos os SFC que
pertencem ao modo de produção normal. Para além de fazer a interligação, efetua o posicionamento
das guias lineares no suporte de teclas, em que o posicionamento das guias varia conforme as teclas
que já tenham sido utilizadas, tal como já foi explicado em 6.1.5.

7.2.2.PROCEDIMENTOS DE PARAGEM DA PRODUÇÃO
Para ser efetuada a paragem da produção, esta tem de ser feita por intermédio de um Operador,
através da atuação da botoneira stop. Para se dar a paragem da produção, esta só acontece quando
não existirem peças no interior da máquina, ou seja, caso o operador tenha a intenção de interromper
a produção mesmo que esteja um suporte de teclas com teclas para três fronts, a produção só irá
parar quando estiverem concluídas todas as operações para os três paineis frontais.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
105
Cap.7 Automação da Máquina
Caso haja algum imprevisto na produção, como colisões entre atuadores, manipulação incorreta
de teclas e de fronts, o botão de emergência deve ser imediatamente acionado. Após o botão de
emergência ser acionado, terá obrigatoriamente de ser possível em qualquer etapa do SFC obter a
paragem de emergência. Para se efetuar a paragem de emergência existem duas formas de a obter
através da programação dos SFC, a paragem sem sequência de emergência e com sequência de
emergência. [32]
Caso a paragem seja com sequência de emergência, após ser atuado o botão de emergência os
atuadores efetuam movimentos determinados por/pelos SFC de emergência. [32]
No caso de a paragem ser feita sem haver sequência, após a atuação da botoneira provoca a
paragem do sistema/automatismo através da inibição das ações e/ou pela paragem da evolução dos
SFC. Caso a paragem esteja associada às ações, este método desativa as saidas de um estado 1 para
estado 0. Este método pode ser obtido através da inserção de funções de inibição na interface com a
parte operativa.
A outra possibilidade de paragem sem sequência é através da paragem da evolução, que consiste
em colocar em todas as transições a emergência no estado 0 para o SFC evoluir, caso seja dada
ordem para a paragem, esta fica no estado 1 e impede a evolução do SFC. O grande incoveniente
neste tipo é que as ações associadas às etapas ativas permanecem validadas, o que leva a que os
movimentos iniciados proseguem até que atinja a próxima etapa, o que pode causar perigos. [32]
No caso da Máquina desenvolvida a opção utilizada para tratar das situações de emergência foi a
paragem sem sequência com a paragem da evolução dos SFC como a Figura 99 demonstra.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
106
Cap.7 Automação da Máquina
Figura 99 - Excerto do SFC principal com paragem de evolução
Escolheu-se este tipo de paragem de emergência devido ao facto de a máquina funcionar sem
intervenção humana, e ter a toda à sua volta proteções que impedem os operadores de interferirem no
funcionamento e desta forma evitar custos adicionais num PLC usado para os SFC de segurança. No
entanto, para efetuar este tipo de paragem, a melhor maneira de o fazer é a partir da atuação da
emergência, atuar sobre a válvula de corte geral de ar comprimido e desta forma os atuadores
permaneciam na posição sem evoluir para o estado final da ação onde foi dada ordem de paragem.
7.2.3.Coordenação dos SFC
Para o controlo da máquina existem inúmeros SFC e como tal é necessário interliga-los da forma
mais correta para que a sequência de trabalho seja a desejada. Para coordenar os SFC existem dois
métodos, o método de coordenação vertical [32] e coordenação horizantal. [32]
No projeto realizado usou-se o método de coordenação vertical em que este método é hierárquico
e há vários níveis de decisão. Assim sendo, cada tarefa pode controlar qualquer tarefa num nível
inferior, mas nunca tarefas ao mesmo nível. [32]
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
107
Cap.7 Automação da Máquina
Figura 100 - Exemplo de coordenação vertical [33]
Com esta abordagem hierárquica, é possível ter uma visão global sobre o sistema e, também, uma
visão local bem detalhada do sistema. O processo de sincronização é ilustrado de forma
pormenorizada na Figura 100, na ordem específica a evolução de cada tarefa. Após o fim de cada
tarefa, o nível mais elevado e nos seus próximos passos vai lançar outra tarefa e assim sucessivamente
[32].
Figura 101 - Exemplo de coordenação vertical nos SFC desenvolvidos em Automation Studio
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
108
Cap.7 Automação da Máquina
7.3. AUTÓMATO SELECIONADO
O PLC selecionado, foi um autómato da Siemens, o Simatic S7-400 CPU 412-2 [34]. Este tipo de
autómato funciona segundo comunicação Profibus DP [35].
Profibus é um protocolo de comunicação extensivamente usado no mercado para a indústria
automatizada, que trabalha em redes de campo aberto independentes em que a interface entre estes
permite uma grande variedade de aplicações [35].
Tabela 29 - Principais Propriedades do S7 400 CPU 412-2
S7-400 CPU 412-2
Programa
STEP 7
Memória
Memória de trabalho
Integrada
256 KB para código
256 KB para dados
Memória temporária
512 KB RAM
Tempos de processamento
Operações dos Bits
75 ns
Operações de Words
75 ns
Temporizadores e Contadores
Número Máximo de contadores
2048
Memória retentiva
Desde C 0 até C
2047
Intervalo de contagem
0 até 999
Número máximo de temporizadores
2048
Memória retentiva
Desde T 0 até T 2047
Intervalo de tempo
10 ms até 9990 ms
Saídas e Entradas
Total de areas de endereço I/O
4 KB / 4 KB
Para se efetuar a programação do PLC utilizou-se a linguagem de programação Ladder, na qual se
traduziu as ações do SFC elaborados para a linguagem Ladder, com recurso ao programa da Siemens,
TIA Portal V11 [29].
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
109
Cap.7 Automação da Máquina
Este software da Siemens permite a programação de controladores lógicos programáveis (PLC)
que permite programar várias gamas de PLC da marca Siemens bem como trabalhar em ambientes
gráficos para a programação de consolas de interface Homem-Máquina.
7.4. Programação Ladder
Para se efetuar a programação em ladder utilizou-se o algoritmo apresentado no Capítulo 4.3 em
que se converte o formalismo SFC (IEC 61131-3), ou seja os SFC elaborados no Automation Studio, e
traduz-se algebricamente para que as equações obtidas sirvam de base à obtenção de programas em
Linguagem Ladder que se pretende implementar no TIA Portal.
Figura 102 - Excerto de um Diagrama de Ladder obtido no TIA Portal V11
A partir do algoritmo obteve-se as equações algébricas que são utilizadas para efetuar a
modelação do PLC S7-412-2 DP via TIA Portal da Siemens (Anexo B).
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
110
Cap.8 Conclusões
CAPÍTULO 8
8. CONCLUSÕES
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
111
Cap.8 Conclusões
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
112
Cap.8 Conclusões
O principal objetivo das empresas hoje em dia passa por optimizar todos os seus processos de
maneira a conseguir obter tempos de produção mais rápidos, de modo a aumentar a produção e por
consequente tornar os seus produtos mais competitivos.
É com este intuito que a realização desta Dissertação de Mestrado se concretiza, em que através
da optimização de um equipamento já existente, conjugando o conceito do dispositivo existente com
um novo que consiga efetuar mais operações e que acrescente maior valor acrescentado a um
determinado produto. Contudo, o projeto desenvolvido não foi construido fisicamente, obtendo-se no
final apenas um estudo conceptual de num único dispositivo conseguir englobar a inserção
automatizada de teclas num painel frontal e posteriormente efetuar o teste funciona às teclas.
Para a construção do projeto conceptual foram usados atuadores e tecnologias que permitam
obter um tempo de ciclo mais reduzido em relação ao tempo atualmente praticado até o painel frontal
estar apto a seguir para o cliente. O tempo total de ciclo calculado para o projeto conceptual é de 17
segundos o que comparado com os 38 segundos para efetuar o teste funcional de teclas a um front e
inserir teclas manualmente em duas unidades, é uma redução bastante significativa.
A optimização dos 17 segundos conseguidos no projeto conceptual foi possível devido à boa
sequênciação de trabalho elaborada no Automation Studio, em que se optimizou todos os atuadores
para que estivessem o menor tempo possível parados de maneira a que não houvesse tempos mortos.
Após a validação da sequência de trabalho, a programação do PLC da Siemens apenas foi traduzida
para linguagem Ladder, com base nos SFC elaborados previamente no Automation Studio, ficando
assim a máquina pronta na sua totalidade para partir para a sua fabricação e validação.
No futuro se for do interesse da Fehst, seria positivo que a construção do dispositivo avançasse,
embora fosse necessário efetuar um estudo prévio acerca da alimentação de paineis frontais e de
suporte de teclas, visto que para a Dissertação este ponto não foi aprofundado, pelo que no futuro seria
pertinente automatizar toda a linha de montagem de um futuro produto, de acordo com a linha já
existente (Ver Figura 59).
Na parte do projeto de Automação seria importante ser aprodundado a programação dos Servo
Motores, uma vez que a programação destes foi equiparado com um atuador com várias posições
intermédias, efetuar a programação da consola de interface com o Operador e elaborar mais modos de
funcionamento da máquina, como por exemplo um modo manual de movimentação dos atuadores.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
113
Cap.8 Conclusões
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
114
Referências
REFERÊNCIAS
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[4] Cross, Nigel., “Engineering Design Methods, Strategies for Product Design”, 3th Edition, The Open University,
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[5] Dieter, G., Schmidt, L., “Engineering Design”, 4th Edition, Washington DC, McGraw-Hill, 2011.
[6] Machado, J., “Concepção e realização do Comando Operacional de Sistemas Industrias de Eventos
Discretos”, Universidade do Minho, 2001.
[7] Machado, J., “Automação de Sistemas a Eventos Discretos”, Universidade do Minho
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[11] BORGES, P., “Software Seguro para Sistemas Mecatrónico s Temporizados”, Dissertação do
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[12] R. Alur, L. Dil, “Automata for Modelling Real-Time Systems”, Theoretical Computer Science, 1994.
[13] SolidWorks 2013, Fabricante: Dassault Systemes, versão SP2, dísponivel em http://www.solidworks.com.
[14] Festo, “Festo Pneumatic” dísponivel a 12 de Janeiro de 2013 em: http://www.festo.com/cms/engb_gb/14573.htm.
[15] Hesse, S., “Clamping with compressed air and vacuum”, Esslingen, Festo, Blue Digest on Automation,
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[23] Rocha, Joaquim, “Servo Acionamento”,Ministério da Educação, Universidade Tecnológica Federal do
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[24] ABB, “ABB Documentation” dísponivel a 24 de Abril de 2013 em: http://www.abb.pt/.
[25] Firoozian, R., “Servo Motors and Industrial Control Theory”, Springer, Mechanical Engineering Series. 978-0387-85458-8.
[26] Acarnley, P. “Stepping Motors, a guide to theory and practice.” , Institution Engineering, 2007.
[27] Brites,G., Almeida Santos, F., Puga. V., “Motor de Passo”, Universidade Federal Fluminense.
[28] IFM, “Processamento industrial de imagens” dísponivel a 27 de Setembro de 2013 em:
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[29] TIA Portal, Fabricante: Siemens, versão V11, dísponivel a 11 de Novembro de 2013 em:
http://www.industry.siemens.com/topics/global/en/tia-portal/controller-sw-tia-portal/Pages/Default.aspx.
[30] Scheneider Electric, “Scheneider Electric”, dísponivel a 13 de Junho de 2013 em: www.schneiderelectric.com.
[31] Siemens Automation, “Human Machine Interface” dísponivel a 13 de Junho de 2013 em:
www.automation.siemens.com/mcms/human-machine-interface/en/operator-interfaces/hmi-comfortpanels
[32] Machado, J., Seabra E., “A Systematized approach to obtain dependable controllers specifications”
Universidade do Minho, 2010.
[33] Siemens Automation, “Standard CPU’s”, dísponivel a 02 de Maio de 2013 em:
http://www.automation.siemens.com/mcms/programmable-logic-controller/en/simatic-s7-controller/s7400/cpu/standard-cpus/pages/default.aspx#SIMATIC%20S7-400%20CPU%20412-2%20.
[34] Machado, J., Seabra E., “A Systematized approach to obtain dependable controllers specifications”
Universidade do Minho, 2010.
[35] Machado, J, C.P. Leão, et al., “Design and Development of an Industrial Network Laboratory”, Guimarães,
Universidade do Minho.
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
116
Anexo A
ANEXO A – SIMULAÇÃO DOS SFC [IEC 61131-3] OBTIDOS NO
AUTOMATION STUDIO
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
117
Anexo A
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
118
Anexo A
A1. SFC1-F2-START/STOP
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
119
Anexo A
A2. SFC1-F2-PREPARACAO-INS. TECLAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
120
Anexo A
A2. SFC1-F2-PREPARACAO-INS. TECLAS (CONTINUAÇÃO)
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
121
Anexo A
A2. SFC1-F2-PREPARACAO-INS. TECLAS (CONTINUAÇÃO)
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
122
Anexo A
A3. SFC1-F2-TESTE TECLAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
123
Anexo A
A3. SFC1-F2-TESTE TECLAS (CONTINUAÇÃO)
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
Auto
124
Anexo A
A4. SFC2-F2-PREP-CONVEYORS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
125
Anexo A
A5. SFC1-F1-PEG-COL-TODAS-TECLAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
126
Anexo A
A6. SFC1-F1-PEG-COL-TECLAS-6-TECLAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
127
Anexo A
A7. SFC2-F1_2-SFC-POSIC-GUIAS-2º-CICLO
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
128
Anexo A
A8. SFC1-F1-PEG-COL-TECLAS-2-TECLAS
A9. SFC2-F1-2-SFC-CONVEYOR_FRONT
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
129
Anexo A
A10. SFC1-F1-TESTE-TECLAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto
Auto-Rádios
130
Anexo A
A10. SFC1-F1-TESTE-TECLAS (CONTINUAÇÃO)
ÇÃO)
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto
Auto-Rádios
131
Anexo A
A10. SFC1-F1-TESTE-TECLAS (CONTINUAÇÃO)
ÇÃO)
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto
Auto-Rádios
132
Anexo A
A10. SFC1-F1-TESTE-TECLAS (CONTINUAÇÃO)
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádios
133
Anexo A
A11. SFC2-F1-1-SFC_PRINCIPAL
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões dde Auto-Rádio
134
Anexo A
A11. SFC2-F1-1-SFC_PRINCIPAL
SFC_PRINCIPAL (CONTINUA
(CONTINUAÇÃO)
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões dde Auto-Rádio
135
Anexo A
A11. SFC2-F1-1-SFC_PRINCIPAL
SFC_PRINCIPAL (CONTINUA
(CONTINUAÇÃO)
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões dde Auto-Rádio
136
Anexo A
A12. SFC2-F1-2-TAPETE_SUP_TECLAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
137
Anexo A
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
138
Anexo B
ANEXO B – DIAGRAMAS DE LADDER OBTIDOS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO
TIA PORTAL V11
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
139
Anexo B
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
140
Anexo B
B1. AMBIENTE GRÁFICO DO TIA PORTAL V11
B2. DIAGRAMAS DE LADDER PARA O SFC1-F2-START/STOP
B2.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
B2.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
141
Anexo B
B3. SFC1-F2-PREPARACAO-INS. TECLAS
B3.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
B3.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
142
Anexo B
B3.3. AÇÕES
B4. SFC1-F2-TESTE
TESTE TECLAS
B4.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
143
Anexo B
B5.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
B5.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
144
Anexo B
B6. SFC2-F2-PREP-CONVEYORS
CONVEYORS
B6.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
B6.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
145
Anexo B
B6.3. AÇÕES
B7. SFC1-F1-PEG-COL-TODAS
TODAS-TECLAS
B7.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
146
Anexo B
B7.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
147
Anexo B
B7.3. AÇÕES
B8. SFC1-F1-PEG-COL-TECLAS
TECLAS-6-TECLAS
B8.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
T
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
148
Anexo B
B8.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
B8.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
149
Anexo B
B9. SFC2-F1_2-SFC-POSIC--GUIAS-2º-CICLO
B9.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
B9.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
150
Anexo B
B9.3. AÇÕES
B10. SFC1-F1-PEG-COL
COL-TECLAS-2-TECLAS
B10.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
151
Anexo B
B10.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
B10.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
152
Anexo B
B11. SFC2-F1-2-SFC-CONVEYOR_FRONT
CONVEYOR_FRONT
B11.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
T
B11.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
153
Anexo B
B11.3. AÇÕES
B12. SFC1-F1-TESTE-TECLAS
TECLAS
B12.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
154
Anexo B
B12.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
B12.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
155
Anexo B
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
156
Anexo B
B13. SFC2-F1-1-SFC_PRINCIPAL
SFC_PRINCIPAL
B13.1. CONDIÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DAS TRANSIÇÕES
B13.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
157
Anexo B
B13.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
158
Anexo B
B14. SFC2-F1-2-TAPETE_SUP_TECLAS
TAPETE_SUP_TECLAS
B14.1. CONDIÇÕES DE TRANPOSIÇÃO DAS
D TRANSIÇÕES
B14.2. VARIÁVEIS ASSOCIADAS ÀS ETAPAS
B14.3. AÇÕES
Estudo daa Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de
d Auto-Rádio
Rádio
159
Anexo B
Estudo da Fiabilidade de Equipamento de teste da qualidade dos botões de Auto-Rádio
160