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Redes de Telecomunicações
Sinalização nas redes telefónicas
© João Pires
Redes de Telecomunicações
260
Objectivos e tipos de sinalização
•
A sinalização numa rede telefónica é responsável pela transferência da informação de
controlo entre os utilizadores e a rede (sinalização de assinante), e entre as centrais de
comutação (sinalização inter-central, ou sinalização de troncas). Essa informação é
usada, nomeadamente, para estabelecer, manter e terminar chamadas telefónicas.
•
Sinalização de canal associado/Sinalização de canal comum
Central A
Central B
Voz
Sinalização de canal associado
Matriz de
Comutação
sinalização
Sistema de
controlo
Matriz de
Comutação
Sistema de
controlo
Na sinalização de canal associado ou CAS
(channel associated signalling) a sinalização
inter-central usa os mesmos circuitos físicos
que o tráfego de voz.
Central B
Central A
voz
Matriz de
Comutação
Sinalização de canal comum
Matriz de
Comutação
sinalização
Sistema de
Controlo
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Sistema de
controlo
Na sinalização de canal comum ou CCS
(common-channel signalling) há uma separação
entre os circuitos de sinalização inter-central e
os circuitos usados para o tráfego de voz.
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261
Sinalização de canal associado
•
Na sinalização de canal associado ( ex: sistema de sinalização nº 5) a
sinalização inter-central usada para estabecer chamadas era transmitida no
mesmo circuito telefónico que o usado para a voz.
•
A sinalização CAS inter-central usa sinalização multifrequência, que pode ser
transmitida na banda do canal telefónico (ex SS5), ou fora da banda do canal
telefónico (ex. R2, regional2).
•
A sinalização CAS multifrequência inclui duas componentes: sinalização de
linha e sinalização inter-registo.
•
A sinalização de linha controla a linha e o equipamento. É responsável por
enviar sinais para apresar a linha, sinais de aclarar, sinais de supervisão, etc.
Por exemplo, o sinal de apresar é o sinal que alerta a central distante para
acção e é responsável por activar o registo dessa central, o qual é
responsável por armazenar os dígitos recebidos.
•
A sinalização inter-registo é responsável pela transmissão do sinal de
endereçamento (número digitado) entre os registos das centrais.
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262
Etapas associadas à realização de uma
chamada local
•
Asprincipais etapas são as seguintes.
Assinante Chamador
Central local
Assinante chamado
1) Estabelecimento de corrente DC na linha (sinal de apresar).
Sinal de apresar
2) O assinante que requereu o pedido de serviço é identificado
e é atribuido a esse assinante uma área de memória (registo).
1
Identificação de assinante
2
3) Depois de disponibilizar o registo a central envia para o
assinante chamador o sinal de linha.
4) O assinante marca os dígitos correspondentes ao endereço
do destinatário.
5) O sistema de controlo analisa os dígitos e escolhe o circuito
de saída apropriado para encaminhar a chamada. Se o circuito
de saída estiver ocupado será enviado para o assinante o sinal
de linha impedida.
Sinal de linha
Endereço
4
Tom de chamada
Atribuição de memória
3
Análise dos dígitos
5
Estabelece o caminho
6
Sinal de chamada
7
Sinal de resposta
6) Nesta fase são conhecidos os portos de entrada e de saída
da matriz de comutação. Para estabelecer um caminho entre o
porto de entrada e de saída da matriz de comutação o sistema
de controlo deverá enviar para esta um sinal de controlo
apropriado.
Conversação
Desliga o sinal e o tom
de chamada
Supervisão
Sinal de aclarar
9
8
Sinal de aclarar inv.
10
7) O sinal de chamada é enviado para o destinatário (toque de
campainha) e o tom de chamada é enviado para o originário.
Desliga o equipamento
8) O assinante chamador atende levando ao estabelecimento de
uma corrente DC. A conversação pode-se iniciar usando o
circuito estabelecido através da matriz de comutação.
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263
Sinalização CAS inter-central
•
Exemplo de sinalização inter-central (SS5)
CL1
A1
Central de
comutação
local
A1 termina
a digitação
CT
T1
Central de
comutação
de trânsito
CL2
T2
Apresar ( f1 )
A2
Central de
comutação
local
f1=2400 Hz
f2=2600 Hz
Proceder-ao-envio ( f2 )
Primeiro dígito
A central liberta a ligação
Ultimo dígito
Apresar ( f1 )
Proceder-ao-envio( f2 )
Primeiro dígito
Ultimo dígito
Tom de chamada
Resposta ( f1 )
Aclarar inverso ( f2 )
Resposta ( f1 )
Aclarar inverso ( f2 )
Em telefonia convencionou-se
que só o assinante chamador
pode termina ra ligação. Se for
o outro assinante a desligar é
necessário enviar um sinal para
o primeiro (aclarar inverso).
Sinal de toque de
campainha
A2 responde
A2 desliga
A1 desliga
Aclarar directo (f1, f2 )
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Aclarar directo (f1, f2 )
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264
Sistema de sinalização de canal comum
•
O sistema de sinalização em canal comum normalizado pelo ITU-T (séries Q-700) em 1981,
é designado por “CCITT Common Channel Signaling System nº 7) ou simplesmente SS7.
•
É um sistema optimizado para transferência de informação entre os processadores das
centrais de comutação digital. Comparado com os sistemas anteriores apresenta as
seguintes vantagens:
- Permite um maior volume de sinalização;
- Reduz os tempos necessários para estebelecer as ligações;
- Permite uma melhor utilização das troncas;
- Reduz a possibilidade de fraudes;
- Permite a introdução de serviços baseados em bases de dados.
•
O sistema de sinalização nº7 suporta uma grande variedade de aplicações:
- Sinalização entre centrais de comutação telefónica digitais;
- Sinalização nas redes digitais com integração de serviços;
- Aplicações nas redes celulares (serviços móveis);
- Aplicações nas redes inteligentes;
- Aplicações em operações de gestão, operação e administração de redes.
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265
Estrutura e elementos de rede
•
Na rede de sinalização de canal comum a sinalização é transportada por uma rede
diferente da rede de circuitos telefónicos, usando comutação de pacotes.
•
O sistema de sinalização nº7 define três entidades funcionais: ponto de sinalização ou SP
(signalling point), ponto de transferência de sinalização ou STP (signalling transfer point)
e vias de sinalização (signalling links).
•
Os SP são os pontos terminais da rede onde as mensagens de sinalização (pacotes) são
criadas ou recebidas. Os STP são comutadores de pacotes responsáveis por encaminhar
as mensagens de sinalização entre os vários SP. As vias de sinalização são ligações de
dados com um débito de 64 kb/s.
Processamento de
chamadas e outras
funções
Processamento de
chamadas e outras
funções
Funções SS7
SP
SP
Funções SS7
Troncas usadas para voz
Central de
comutação A
Central de
comutação B
Vias de sinalização
STP
STP
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266
Ligações entre os STP
•
Uma das exigências que se coloca a uma rede de sinalização é sua elevada
fiabilidade. Assim, numa rede SS7 qualquer SP está sempre ligado a dois STP,
que por sua vez são implementados aos pares (STP gémeos) e separados
geograficamente.
•
A rede é dimensionada para usar somente 40% da capacidade de cada STP, de
modo que quando há uma falha de um elemento do par, a taxa de ocupação de
cada STP não ultrapassa os 80% .
STP
STP
SP
SP
SP
STP
Indisponibilidade
3 min/ano
2 min/ano
STP
Desprezável
A indisponibilidade extremo-a-extremo não deve ultrapassar os 10 minutos/ano
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267
Modos de operação
•
Modo associado: No modo associado a um conjunto de circuitos de voz
interligando duas centrais fica afecta uma ligação de sinalização (por exemplo
usando o time-slot 16 das vias de 2 Mb/s).
Sinalização
SP A
SP B
SP C
CC
CC
CC
Circuitos de voz
•
Modo não associado: O percurso seguido pelas mensagens de sinalização
entre centrais de comutação é diferente do percurso seguido pelo tráfego de
voz. As mensagens de sinalização fazem uso de STPs e o percurso da
sinalização varia ao longo do tempo.
STP A
Sinalização no tempo 1
STP B
Sinalização no tempo 2
SP A
SP B
SP C
CC
CC
CC
Circuitos de voz
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268
Modos de operação
•
Modo quase-associado: A rede de sinalização também faz uso de STPs, mas o
percurso das mensagens é pré-definido.
STP A
Sinalização
SP A
SP B
SP C
CC
CC
CC
Circuitos de voz
•
O modo quase-associado é usado em muitos casos como recurso, no caso da falha do
modo associado. Por exemplo, considere-se que se usa para transmitir 200 circuitos
entre duas centrais 7 E1. O time-slot 16 de um desses E1 seria usado para transmitir a
informação de sinalização dos 200 circuitos. No caso da falha do E1 que transportava a
sinalização, para além de se perderem os 30 canais de voz perdia-se toda a sinalização
dos restantes 170 canais.
•
Para evitar este tipo de risco é usado um encaminhamento alternativo , que usa um modo
quase-associado, quando há uma falha da sinalização associada.
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269
Tipos de pontos de sinalização
•
Definem-se três tipos de pontos de sinalização: ponto de comutação, ponto de comutação
de serviços e ponto de controlo de serviços.
•
Ponto de comutação ou SP (Switching Point): É constituído pelo hardaware e software
adicionado à central de comutação, responsável pela conversão da sinalização originada
na rede telefónica, no formato próprio do SS7.
•
Ponto de comutação de serviços ou SSP (Service Switching Point): São centrais de
comutação, que para além de possuirem as funcionalidades dos SP, permitem controlar a
execução de serviços mais complexos, que requerem acesso a base de dados.
•
Pontos de controlo de serviço ou SCP (Service Control Point): Consiste num
processador, que controla a execução de serviços especiais, através do acesso a base de
dados.
Interfaces de rede
As diferentes aplicações de 1 a N
são bases de dados, que estão
armazenadas em memória
virtual, ou no disco rígido.
Hardware
Arquitectura
de um SCP
Software
Aplica1 Aplica2
Dados
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Dados
AplicaN
Dados
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O disco rígido do SCP,
normalmente tem três cópias por
aplicação.
270
Exemplo de arquitectura
•
Os SCP tal como os STP são implementados aos pares e cada SCP do par tem
armazenada nas suas bases de dados informação idêntica.
SSP
Quando um SSP detecta uma chamada
especial, suspende o procedimento
normal e requer a intervenção do SCP,
através do STP. Só depois do SCP
enviar a sequência de comandos
apropriada é que esse SSP completa a
chamada. A transmissão de informação
entre o SSP e o SCP designa-se por
transação.
SP
STP
SCP
STP
SCP
O controlo das
chamadas especiais
é feita pelo SCP
•
As centrais de comutação que possuem únicamente a funcionalidade SP, têm de recorrer
a centrais SSP para executarem serviços que necessitam de recorrer a bases de dados
(nº 800, televoto, serviços nas redes móveis, rede privadas virtuais, etc ).
•
O conceito de rede inteligente suportado pelo SS7 está ligado ao facto dos SCP
armazenarem nas suas bases de dados grande quantidade de informação apropriada para
controlar a execução de uma grande quantidade de serviços.
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271
Estabelecimento de uma chamada grátis
•
Na figura representam-se as etapas associadas ao estabelecimento de uma
chamada grátis.
A
SP
A digita
800 123456
3
2
4
STP
SSP
SCP
5
6
1
7
B
SSP
SP
21 9876543
1)
O SP (central local) reconhece a presença de um pedido da chamada grátis por parte do assinante A.
2)
A central local encaminha a chamada (voz e sinalização) para um SSP que é normalmente uma central de trânsito.
3)
Na SSP a chamada é suspendida e é gerada uma mensagem de interrogação (transacção) para o SCP apropriado.
4)
A mensagem enviada é encaminhada pelo STP para o SCP apropriado.
5)
No SCP o número de chamada grátis é transformado no número do assinante B, usando a base de dados
conveniente.
6)
O número de B, juntamente com outra informação de controlo, é enviado para o SSP, que fez o pedido.
7)
Quando o SSP recebe o número de B (21 9876543) estabelece uma ligação telefónica normal (voz e sinalização)
para a central local (SP) que serve B.
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272
Protocolo do SS7
O protocolo do SS7 é um protocolo estratificado, baseado em camadas. É constituído
pela parte de transferência de mensagens ou MTP (message tranfer part) e pela parte do
utilizador. Podem existir vários utilizadores do MTP: O TUP (telephone user part) para
sinalização na rede telefónica, o ISUP ( ISDN user part), etc. O SCCP (signaling
connection control part) é também um utilizador do MTP. Foi adicionado ao MTP para
oferecer serviços ao TCAP (Transction Capability Application Part) responsável pelas
transacções (interrogação das bases de dados).
Entidades de aplicação
Camadas OSI correspondentes
•
Camadas 4 a 7
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OMAP
INAP
MAP
ISUP
TCAP
TUP
Parte de utilizador
(nível 4)
SCCP
Camada 3
Rede de sinalização
Camada 2
Camada 1
Via de sinalização
MTP (níveis 1 a 3)
Via de dados de sinalização
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273
Parte de transferência de mensagens
•
A parte de transferência de mensagens é estruturada em três níveis: Via de dados de
sinalização (nível1), via de sinalização (nível 2) e rede de sinalização (nível 3).
•
Via de dados de sinalização: Corresponde normalmente a um canal de transmissão digital
bidireccional a 64 kb/s. Por exemplo, o time-slot 16 da trama E1.
•
Via de sinalização: É responsável por estruturar a informação em tramas designadas por
SU (Signaling Unit). Detecta e corrige erros. O controlo de erros é efectuado usando o
código de controlo de redundância cíclica (CRC) com 16 bit. Analisa a qualidade de
transmissão, medindo a percentagem de SUs rejeitadas. Realiza o controlo de fluxo,
prevenindo a acumulação de SUs nos STP.
•
Tipo e estrutura das SUs: As SUs são delimitadas usando um padrão de bits fixo,
designado por bandeira (flag). É comparável ao PET das tramas TDM. As SUs podem-se
dividir em MSU (message signal unit), usadas para transferir a informação proveniente do
nível 4, LSSU (link-status signal unit), usada para iniciar a ligação e monitorizar o seu
estado e FISU (fill-in signal unit) transmitida quando não há tráfego.
Estrutura de uma MSU
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Bandeira
Numeração da sequência de SUs,
comprimento da SU, informação
relacionada com o utilizador
Campo da informação de
sinalização (proveniente do nível 3)
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CRC
Bandeira
274
Estrutura das SUs
MSU
Bandeira
8
LSSU
Bandeira
8
Bandeira
BSN
BIB
7
1
BSN
BIB
7
1
BSN
BIB
7
1
FISU
8
FSN FIB LI
7
1
6
SIO
2
FSN FIB LI
7
1
6
FSN FIB LI
7
1
6
8
SF
2
2
Campo da informação de
sinalização (proveniente do nível 3)
8 a 16
8n , n>2
CRC
16
Bandeira
8
CRC
Bandeira
16
8
16
•
•
Bandeira
8
BSN: backward sequence number
FSN: forward sequence number
BIB: backward indicator number
FIB: forward indicator number
LI: length indicator
SIO: service information octet
SF: status field
CRC: cyclic redundancy check
Bandeira
•
•
CRC
01111110
As bandeiras são usadas para delimitar as mensagens.
LI dá o comprimento do campo de informação, permitindo especificar o tipo de SU (MSU
⇒ 3 a 63 octetos, LSSU ⇒1 ou 2, FISU ⇒0).
SIO transporta informação sobre o tipo de utilizador (telefone,dados, ISDN, SCCP)
CRC permite detectar erros. Quando é detectado um erro a MSU é ignorada e a mensagem
errada deverá ser retransmitida.
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275
Exemplo de transferência de mensagens SU
SP
MSU
MSU
STP
FSN
FIB
BSN
BIB
1
0
0
0
FSN
FIB
BSN
BIB
2
0
0
0
O FSN é o número
de identificação da
MSU transmitida e
o BSN identifica a
última MSU que foi
recebida.
O mesmo FIB indica que é uma nova MSU
e o mesno BIB indica que não houve erros
MSU
MSU
FSN
FIB
BSN
BIB
3
0
1
0
FIB invertido indica que houve
uma retransmissão da MSU 3
MSU
MSU
BSN=2 confirma a recepção da
MSU nº 2
FSN
FIB
BSN
BIB
3
1
1
0
FSN
FIB
BSN
BIB
4
1
1
0
FSN
FIB
BSN
1
0
2
BIB
0
BIB invertido indica que há um
pedido de retransmissão da MSU 3
As FISUs e as
LSSU recebem o
valor do FSN da
MSU transmitida
mais recentemente
e o seu valor não é
incrementado.
FISU
FSN
FIB
BSN
1
0
2
BIB
1
Confirma a recepção da MSU 3
FISU
FSN
FIB
BSN
1
0
3
FSN
FIB
BSN
2
0
4
BIB
1
BIB
Confirma a recepção da MSU 2
MSU
MSU
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FSN
FIB
BSN
BIB
5
1
2
0
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1
276
Parte de transferência de mensagens (2)
•
Rede de sinalização: Uma função importante é encaminhar as mensagens geradas pela
parte de utilizador de um SP, há parte correspondente de utilizador do SP destinatário, e
verificação se as mensagens chegaram ao destino. Outras funções incluem a gestão de
falhas e de congestionamento.
•
O cabeçalho introduzido por este nível é constituído por 32 bits e inclui os endereços dos
SP originários e destinatários da informação, ou seja o OPC (originating point code), e o
DPC (destination point code). Inclui ainda o SLS (signaling link selection), que é usado
para identificar a via de sinalização usada para transferir a mensagem.
Encaminhamento de mensagens
Cabeçalho introduzido pelo nível 3
4
3
SP A
DPC
OPC
SLS
2
2
1
1
4
3
3
2
•
ISUP
MSU
ISUP
MSU
1
STP C
14
14
4
bits
SP B
Quando não há uma ligação directa entre os SP, o encaminhamento é feito através de um
STP, o qual usa o campo DPC para definir o destinatário.
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277
Partilha de carga
•
Normalmente, é possível usar mais do que uma via de sinalização para encaminhar uma
mensagem para um determinado DPC. A selecção de uma determinada via é feita usando
o campo SLS. A escolha do SLS é feita de modo a manter a distribuição da carga tão
equilibrada quanto possível pelas diferentes vias de sinalização de um conjunto de vias
(partilha de carga).
Na figura podem ser usados vários conjunto de vias de sinalização para realizar uma ligação entre o SP A e SP B.
Para ligar o SP A ao STP C1 usa-se o conjunto 0 e para ligar o SP A ao STP C2 usa-se o conjunto 1. Deste modo,
neste dois conjuntos como se tem de usar 1 bit para indicar o conjuto das vias só restam 3 bits para realizar a
partilha da carga. No STP C1 tem de se usar um outro bit para indicar o conjunto de vias a escolhar, restando só 2
bits para a partilha de carga.
Conjunto de vias nº 0
STP
C1
SLS=xxx0
SP
A
Conjunto de vias nº 4
SLS=xxx1
SLS=xx00
SP
SP
B
SLS=xx11
STP
C2
Conjunto de vias nº 3
O STP C1 pode escolher
entre o conjunto de vias 3 e
4. Os caminhos possíveis
são A-C1-B, A-C2-B ou AC1-C2-B.
SLS=xxx1
Conjunto de vias nº 1
Para a sinalização inter-central usando o ISUP, é usado o mesmo código SLS para todas as mensagens
correspondentes a uma determinada tronca.
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278
Parte do utilizador
•
SCCP: O objectivo do SCCP é permitir a transferência de informação entre dois nós, no
caso em que não é requerido o estabelecimento de um circuito telefónico entre esses
nós. Permite a transferência de mensagens usando, quer datagramas quer circuitos
virtuais. É um mecanismo de transferência apropriado para:
- interrogação de bases de dados;
- actualização das bases de dados nas redes celulares;
- transferência de dados entre os centros de gestão de rede;
- activação remota de serviços.
•
TCAP: Suporta aplicações especiais não ligadas ao estabelecimento de chamadas
telefónicas. O TCAP é constituído pelo sub-nível de transacção e pelo sub-nível de
componente. O primeiro é responsável por estabelecer e manter a ligação (transacção)
entre dois pontos de sinalização, enquanto o segundo é responsável por iniciar uma
acção num nó remoto e transferir os resultados dessa acção (componente).
•
TUP: Compreende as mensagens de sinalização necessárias nas redes telefónicas, com
lacete local analógico, para estabelecer chamadas telefónicas.
•
ISUP:Compreende as mensagens de sinalização necessárias para estabelecer chamadas
de voz e dados nas redes ISDN. Interage com a sinalização do canal D (DSS1) do ISDN.
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279
Parte do utilizador (2)
•
Aplicação do SS7 no estalelecimento de uma chamada grátis (rede ISDN).
C
A
MTP+ISUP
SP
MTP+SCCP+TCAP
MTP+SCCP+TCAP
STP
SSP
SCP
A digita
800 123456
MTP+ISUP
D
B
SSP
SP
MTP+ISUP
O sub-nível de componente do TCAP no SSP C envia uma componente para o SCP requerendo que seja realizada
uma translação do número enviado. Um parâmetro da componente transporta esse número. Depois da translação ser
realizada no SCP recorrendo à base de dados apropriada, a componente é retornada para a central SSP C como
resposta ao pedido. A componente resposta contem um parâmetro que transporta a informação de endereçamento
(número do telefone de B , etc).
•
O TCAP supervisa os pedidos realizados pelos utilizadores denominados entidades de
aplicação. Uma entidade de aplicação é uma sequência lógica de questões, respostas e
interrogações. Há três entidades de aplicação definidas pelo ITU-T:
- MAP (mobile application part);
- OMAP (operation and maintenance part);
- INAP ( intelligent network application part).
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280
Parte do utilizador (3)
•
MAP: É usada nas redes celulares entre os MSC (mobile switching center) e as
bases de dados HLR (home location register) e VLR(visitor location register),
para registar a presença dos móveis, ou para fazer interrogações sobre essa
presença.
•
OMAP: Responsável por funções de gestão, operação e manutenção de
centrais e equipamentos que fazem parte da rede de sinalização nº7. Usando o
OMAP é possível gerir a rede de sinalização a partir de um ponto central, já
que este permite estabelecer uma comunicação com todos os elementos de
rede.
Exemplo de aplicações do OMAP: Gestão da informação de encaminhamento (permite monitorizar a informação
de gestão de encaminhamento armazenada nos SP), teste de validação de circuitos de tráfego, reportagem de
medidas, etc.
•
INAP: Define um conjunto de aplicações apropriadas para construir serviços
de rede inteligente.
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281
Parte do utilizador (4)
•
A sinalização correspondente às diferentes entidades de aplicação está armazenada em
módulos designados por ASE (Application Service Elements). Cada ASE é identificada
pelo SSN (Subsystem Number ) e pelo PC (Point Code) do ponto de sinalização desse
ASE.
O MTP permite realizar o encaminhamento de mensagens usando unicamente os PC ( Point Codes). A camada SCCP
estende as possibilidades de encaminhamento considerando também o encaminhamento com base em SSN e o
encaminhamento com translacção global. Esta última permite a conversão de um número telefónico num PC.
Uma transacção é iniciada a pedido de uma ASE de um nó e é executada pela ASE de outro nó. As ASE são dependentes da
aplicação. Por exemplo, nas aplicações do número grátis (800) uma ASE numa SSP requer que a ASE correspondente
localizada num SCP faça a translacção do número 800 para o número real.
Nó A
Nó B
Componentes
ASE-1
ASE-2
TCAP-B
SCCP-A
SCCP-B
MSUs
MTP-A
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Componente
Begin (Invoke)
Mensagem TCAP
TCAP-A
Transacção
Exemplo de mensagens
TCAP
MTP-B
End ( Return Result)
Mensagens de transacção:
Begin : Inícia a transacção
Continue: Continua a transacção
End: Termina a transacção
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As mensagens TCAP
têm a parte TCAP
(transacção) que é
processada pela TCAP e
a parte componente que
passa pela TCAP de
modo transparente.
Componentes:
Invoke : Específica a operacção
Returm Resul: Resposta a um
invoke
Return Error : Operação falhou
282
Equipamento envolvido nas transacções MAP-GSM
•
O equipamento envolvido são as MSC (Mobile Switching Center), HLR (Home Location
Register), VLR (Visitor Location Register), AUC (Authentication Center), e EIR (Equipment
Identity Register).
•
O HLR armazena informação semipermanente e temporária dos móveis para os quais a
rede celular usada é a rede onde o móvel está registado.
•
O VLR tem registos de todos os móveis que são servidos pela sua MSC associada.
•
O AUC armazena informação de autenticação e informação de voz privada dos móveis
registados nessa rede.
•
O EIR armazena o IMEI (International Mobile Equipment Identity)) dos móveis registados
nessa rede. O IMEI é um número com 15 dígitos que identifica de modo unívoco cada
móvel.
•
Todas as entidades referidas são SP do sistema SS7 e estão ligadas entre si por vias de
sinalização SS7, as quais transferem as transacções. No entanto o AUC pode não ser uma
entidade própria mas estar associado a um HLR, não funcionando como um SP. Também
o VLR pode fazer parte de um MSC.
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283
Equipamento das transaccções MAP-GSM (2)
•
Na figura abaixo apresenta-se um exemplo do equipamento envolvido nas
transacções MAP-GSM considerando três áreas de serviço com um MSC por
área.
Outras redes celulares
HLRs
HLRs
VLRs
O HLR inclui detalhes de assinatura,
informações sobre o estado do móvel e
sobre a sua localização (as quais são
constantemente actualizadas).
O AUC policia a identificação dos
utilizadores da rede e das estações
móveis. O AUC pode funcionar como
ponto de sinalização, ou pode fazer parte
do HLR
HLR
AUC
VLR-Q
VLR-P
Área de
serviço A
MSC-A
Área de
serviço B
MSC-B
Área de
serviço C
MSC-C
O VLR armazena informação temporária
dos móveis que se deslocam através da
rede.
Cada VLR está associado a um ou mais
MSC. No exemplo apresentado o VLR-P
está associado ao MSC-A e MSC-B e o
VLR-Q está associado ao VLR-Q.
Podem-se identificar transacções entre
os MSCs e os VLRs, entre os VLRs e
os HLRs, entre os HLRs e os AUCs, e
ainda entre os MSCs.
© João Pires
Redes de Telecomunicações
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